1. A primeira prioridade que temos o dever, moral e cívico, de cumprir, enquanto cidadãos da República Portuguesa e da União Europeia, é a de estarmos informados. Saber o que se passa no Irão, seguir as notícias, usar as nossas redes sociais, amigos e família, para passar a palavra sobre a escala da repressão, a tirania do regime dos mullahs e a necessidade de devolver a liberdade e a dignidade aos cidadãos do Irão. Temos, contudo, de estar cientes de que por muito (ou pouco) que possamos fazer não estamos no local, não experimentamos em primeira mão a repressão, nem a morte, nem as torturas impostas pelo regime. Isso, contudo, não nos deve esmagar nem paralisar, pelo contrário, deve estimular-nos a fazermos o máximo porque, ao fim e ao cabo, a causa dos Direitos Humanos e da Liberdade tem tanto de iraniana como de portuguesa: é de todos e cabe a todos defendê-la e promovê-la da melhor maneira que pudermos e soubermos.
  2. Devemos também contactar os nossos representantes na Assembleia da República e no Parlamento Europeu. Procure os deputados que foram eleitos pelo seu círculo eleitoral no site do Parlamento (procure por “deputados” e “pesquisa avançada” escolhendo o seu distrito e use o link “Enviar e-mail”) e dê-lhes a conhecer o que pensa da situação no Irão e o que acredita que o Parlamento Português pode fazer para defender a causa das liberdades cívicas e dos direitos humanos no Irão. Em particular pode requerer que o Estado português inste ao termo das negociações nucleares com o regime de Teerão e o aumento das sanções contra o regime, designadamente daquelas que não prejudiquem directamente o povo iraniano e que seja direccionadas à oligarquia reinante.
  3. Contacte o Ministério dos Negócios Estrangeiros através do seu site oficial através do formulário “sugestões e reclamações”. Mencione a necessidade de acabar com todas as formas violentas de repressão aos manifestantes no Irão e a necessidade de libertação de todos os presos políticos e que nenhum seja executado por exercer o seu livre direito à manifestação e à liberdade de opinião.
  4. Apresente também a situação ao Presidente da República. No site da Presidência encontra um formulário de contacto (em “contactos”). Tenha em conta que, segundo a Constituição da República Portuguesa, o Presidente tem, precisamente, atribuições “no âmbito das relações internacionais, e como representante máximo da República Portuguesa“.
  5. Publique a sua posição, informações e dados sobre a atual vaga de repressão violenta a manifestantes nas suas redes sociais usando a hashtag #mashaamini. Em particular nessas publicações, refira a existência de censura nos acessos à Internet, a repressão cada vez mais violenta e partilhe imagens dos protestos que estão ocorrer, assim como das detenções, protegendo, sempre que possível, o rosto e identidade dos manifestante nas imagens que publicar nas suas redes sociais.
  6. Se usa um pc pessoal que não está ligado numa rede empresarial instale no Chrome ou no Firefox a extensão “snowflake” (procure por “Snowflake-Tor Project”): esta extensão permite que utilizadores de países onde se aplica a censura à Internet possa usar a sua ligação de rede para acederem à rede Tor. Uma vez instalada e activada não tem que fazer mais nada e quando a extensão mudar a cor para verde sabe que um utilizador num país censurado está a usar a sua extensão. Não tem que se preocupar com o tipo de sites a que esse utilizador acede porque o que será registado nunca será o seu IP mas o que corresponde ao Tor exit node do utilizador.
  7. Estão a ser montadas plataformas para receber donativos para os trabalhadores dos vários sectores, desde o retalho à indústria petrolífera, que estão a fazer greve em apoio às manifestações e aos direitos humanos no Irão. Esta doações são dificultadas devido à existência de sanções mas os activistas iranianos estão a trabalhar no sentido de ultrapassarem estas limitações, designadamente através do uso de criptomoedas: esteja atento.
  8. Assine as petições “G7 Leaders: Expel Iran’s Diplomats/Demand that Political Prisoners Be Freed” e “Free Iranian protest rapper Toomaj Salehi” no Change.org, assim como outras petições que possam e venham a surgir, designadamente na plataforma de petições da Assembleia da República (esteja atento).
  9. Envie uma mensagem ao “United Nations Human Rights Council” da ONU (mail no site principal) e use também o formulário acima indicado no Ministério dos Negócios Estrangeiros para que Portugal e o UNHRC instale uma sessão que possa abordar o tema da repressão e da crise dos direitos humanos no Irão.
  10. Envie uma mensagem à Embaixada do Irão em Portugal (o mail pode ser encontrado no seu site oficial) instando o governo do Irão a respeitar os direitos humanos e a acabar com a discriminação contra as mulheres no seu Estado.
  11. Procure e, não havendo (a 9.11.2022 não havia) nenhuma petição no site do Parlamento Europeu (PE), faça a sua própria petição que inste o PE a reforçar as sanções ao regime iraniano, assim como a todas as organizações e indivíduos relacionados com a atual vaga de repressão e violência de Estado: que apoie a suspensão de todas as negociações nucleares e que apele à suspensão imediata das deportações de cidadãos iranianos em todos os países Membros.
  12. No site do Ministério da Administração Interna procure o mail para “Contactos” na página principal e envie uma mensagem apelando a uma simplificação dos requisitos de entrada para cidadãos iranianos, assim como um acesso mais fácil às autorizações de residência. Em particular, a violência específica de género no Irão também devem ser tidas em consideração como motivo de urgência no processo de asilo. Na mesma mensagem requeira que as forças de segurança da República Portuguesa apliquem medidas especiais de protecção aos exilados iranianos que já se encontram no território nacional e que sejam estabelecidos escritórios de contato e registo.

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