No Efeito da expectativa, publicado este mês, o jornalista científico Robson, relata algo que conhecemos bem na indústria farmacêutica: o efeito placebo. Por exemplo, na segunda guerra mundial havia médicos que à falta de medicamentos, injetavam uma solução de água com sal em soldados feridos; estes ao pensarem que assim melhorariam, melhoravam mesmo. As expectativas influenciam quer para o lado positivo, quer para o negativo. Noutro exemplo, um homem acreditou tanto no seu cancro mortífero que morreu sem o ter. A conclusão é a mesma de inúmeros livros anteriores:  Aquilo em que nos focamos, como indivíduos e sociedades, influência, em parte, os nossos destinos.

É por saberem disto que profissionais de topo como Serena Williams, uma das maiores tenistas do mundo, visualizam primeiro e depois praticam esforçadamente o sucesso no trabalho.

Serena, se visualizasse derrota e pobreza, nunca seria vitoriosa e rica. No entanto a esquerda Portuguesa que nos governa, logo influencia os nossos destinos, não tem ambição e só visualiza pobreza.  Delira com 400 mil pobres a mais durante a pandemia, orgulhando-se das restrições económicas que impuseram e causaram tal pobreza.  (Catarina Martins: “Nunca faltámos às medidas que impedissem a pandemia e reforçassem o SNS.“)

Na pobre mente da nossa esquerda, uma médica ou magistrada – nestas profissões a maioria são já mulheres (“Mulheres ultrapassaram os homens nas profissões de medicina, magistratura e advocacia”, Observador) – altamente qualificada, que se tenha esforçado décadas a fio a estudar até conseguir ganhar cá o mesmo salário que um padeiro ganha no Luxemburgo, é considerada dos “mais ricos”. Tem de ser punida fiscalmente até ficar remediada ou emigrar. A pobreza é a expectativa default da esquerda.

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Obviamente, nem todos podemos ser os melhores do mundo na nossa área profissional como Williams é ou ganhar “tanto” como as médicas ou juízas portuguesas ganham, mas podemos todos melhorar profissionalmente. O psicólogo mais influente do mundo contemporâneo – e o mais odiado pela esquerda portuguesa – Jordan B. Peterson, incentiva cada pessoa a comparar-se com o que era ontem, para a cada novo dia poder melhorar e subir na vida.

Esta subida na vida a pulso onde, com esforço e mérito, criamos riqueza, horroriza a nossa esquerda, composta largamente por homens de meia idade que nunca se esforçaram para ter mérito na sua profissão e que, portanto, são dependentes da política, constituindo o enxame à volta de António Costa, a pedir-lhe emprego por nepotismo, cunha, ou em troca de apoio na Assembleia da República.

Elucidativamente, no recente debate com todos os candidatos a primeiro-ministro, (Debate Líderes Partidários com Assento Parlamentar – Legislativas 2022 de 17 Jan 2022 – RTP Play – RTP) Rui Tavares, do partido de esquerda Livre, garantiu-nos que vai apoiar Costa. Tavares, segundo as suas próprias definições politicamente corretas woke que lê no jornal inglês Guardian e depois importa para cá para aparentar inteligência e originalidade, mostrou ser, a nível fiscal, um patriarca arrogante, descrente da ascensão profissional das mulheres portugueses nas suas carreiras.  Literalmente, exerce violência fiscal sobre qualquer mulher que queira deixar a pobreza e os apoios, não permitindo a sua emancipação da dependência do patriarcado do estado.  No debate, além de afirmações nesse sentido, pareceu querer limitar as portuguesas todas a uma caricatura reducionista de pobres coitadas apoiadas pelo estado.  

Nas suas graves afirmações empobrecedoras, Tavares insistiu que “não prescinde dos 2 mil milhões de euros a mais que o estado arrecada em IRS dos escalões mais altos”, isto é, aos melhores profissionais portugueses, incluindo mulheres portuguesas esforçadas, como as médicas e juízas. Atacou a proposta de “taxa única [sobre os rendimentos do trabalho] da Iniciativa Liberal [por] beneficiar mais os mais ricos”.  Esta sua pequena frase contém muita informação relevante sobre a esquerda empobrecedora.

Primeiro, Tavares não cuidou de usar a sua atenção habitual para com as questões linguísticos de género; porque é que só falou de “ricos” e não de pessoas ricas; as mulheres, para ele, não podem ser ricas?   Segundo, as ricas, para Tavares, são aquelas portuguesas que em termos brutos ganhem 25 076 euros anuais, cerca de metade do salário irlandês que ronda os 50 000 euros.

Isto porque logo a partir daí a esquerda vai confiscar fiscalmente às portuguesas a partir de 2022 mais de um terço do seu ordenado (37%). Já as mais ricas são aquelas que conseguirem cá o raríssimo milagre de chegarem a metade (36 757 euros), dois terços (48 033 euros) ou praticamente igualarem (75 009 euros) do salário médio Luxemburguês, ultrapassando-o por pouco, pois este aproxima-se dos 70 000 euros.  Nesses escalões dos “mais ricos” a esquerda considera justo confiscar quase metade do ordenado (43.5%, 45% e 48% respectivamente).

Tavares deixou claro que considera injusto a Iniciativa Liberal propor poupar com a sua taxa única “centenas de euros de imposto a quem faz [dois] milhares [brutos mensais].” Como já referimos e agora quantificamos, um padeiro no Luxemburgo ganha em média mais 2 000 euros brutos:  1870 euros líquidos por mês. Isto enquanto uma médica “rica” em Portugal, depois de cinco anos de serviço, começa nos 1741 euros euros (ver também https://www.justarrived.lu/en/). Tendo ainda a vantagem de não aturarem a violência verbal gratuita de Tavares a ofendê-las como “mais ricos.”

A seguir a todas estas revelações extraordinárias sobre quem constituem para a esquerda os diabólicos “mais ricos”, merecedores de eterna danação fiscal, Tavares apresentou-nos um bondoso exemplo das virtudes da pobreza merecedora de apoios. Com autossatisfação pela sua compaixão, não com o seu dinheiro, mas com enorme redistribuição dos salários dos outros por ele classificados como “ricos”, imaginou e reduziu as portuguesas todas, a “uma mãe de família que ganha 850 euros por mês, com dois dependentes, um dos quais com deficiências cognitivas” e desvalorizou o facto de esta passar a poupar “29 euros com a taxa única de IRS” (Flat tax – Simulador de poupança – Iniciativa Liberal), pois só imagina apoios e pobreza persistente.  

Nesse elucidativo exemplo, Tavares descontou por completo a possibilidade de as mães de família subirem na vida através de carreira profissional. Visualizou as portuguesas num eterno espartilho de dependência paternal do estado e de pobreza infantil. Na sua mente fiscalmente patriarcal uma mulher precisará sempre de apoios do estado. Quer impedir o poder das portuguesas (e dos portugueses) de mobilidade social promovida por alívio fiscal, aprisionando-as eternamente em 850 euros e apoios.  A nossa esquerda rejubila, reenfatizamos, com mães sempre coitadas e até com filhos coitadinhos, condenados a precisarem de apoios logo à nascença, sem escapatória possível.

Por exemplo, para a esquerda uma jovem mãe que, não tendo feito a universidade, arranjou um trabalho de empregada numa perfumaria, nunca pode esforçar-se para cada vez saber mais sobre perfumes e prestar melhor serviço às clientes, até ser contratada para vendedora de perfumes de uma multinacional de perfumaria. Se o fizer a esquerda corta-lhe logo as pernas fiscalmente, não a aliviando e impedindo-a de se esforçar ainda mais até se tornar a melhor vendedora de perfumes no país e, por mérito, ser promovida a chefe da equipa de vendas. Entretanto, poder à noite estudar gestão de empresas, em simultâneo com o trabalho, e partilhando o cuidado dos filhos com o seu marido (para a Esquerda o único companheiro possível parece ser o Estado), até chegar a ser a administradora geral da empresa.

Felizmente, conhecemos e admiramos muitas portuguesas assim, a quem vimos fazer um percurso semelhante ao supra ou pelo menos a chegarem longe na carreira, em muitas indústrias, desde a nossa indústria farmacêutica à indústria financeira, passando pela indústria da moda. Infelizmente, todas emigradas, fugidas deste “paraíso” fiscal de esquerda que Tavares tanto quer manter imóvel e sem reformas fiscais como as que Iniciativa Liberal corajosa e inovadoramente propõem. Só neste século XXI já houve um milhão de emigrantes portugueses, autênticos refugiados económicos deste jugo fiscal da esquerda que como expectativa só promove pobreza.

A filosofa Ayn Rand, apologista do incentivo ao mérito e esforço, logo, obviamente, odiada pela esquerda, nasceu na Rússia e conhecia bem os perigos da utopia comunista que tanto inspira o Livre, BE, PCP e actual PS.   Alertou-nos que “a redistribuição dos rendimentos dos salários dos outros acaba sempre no excesso da distribuição de sacrifícios para toda a gente.. As recentemente publicadas figuras chaves de 2021 da união europeia descrevem-nos como um dos povos mais sacrificados, a passarmos as maiores privações materiais. É o resultado, nada surpreendente, das expectativas da nossa esquerda.