Cada carreira é uma carreira. É o que repito a mim mesma sempre que mostram espanto quando digo que trabalho na Deloitte, depois de quase 20 anos ligada ao Marketing e Comunicação. A verdade é que desde sempre procurei desafios e explorar diferentes áreas e indústrias. Também sempre me atraíram novas tecnologias e novas formas de trabalhar. Pelo que, com a chegada do Chat GPT, por exemplo, interessa-me perceber o impacto que esta plataforma pode ter no dia a dia de uma marca.

A minha carreira tem sido uma jornada constante que passa por branding e advertising, relações públicas, inovação e agora o mundo da consultoria tecnológica na Deloitte. Quem acredita que o universo das marcas, da comunicação e do marketing é estático, engana-se. E talvez, mesmo de forma inconsciente, tenha sido isso também o que me fez mudar e evoluir da forma que o fiz. Depois de 15 anos dedicados ao mundo “tradicional” do marketing e marcas, acho que foi a minha curiosidade que me levou à área da inovação para trabalhar com Startups e grandes empresas. Foi esta a minha última paragem antes de ingressar na Deloitte, que me abriu os olhos para o imenso potencial da tecnologia nas áreas que, até aí, eu acreditava dominar.

É agora que sinto que toda a minha experiência anterior encontra um propósito ao ajudar empresas e instituições a melhor interagirem com os seus consumidores e clientes, tirando partido de tecnologias de marketing. Também sei que o que fazemos hoje vai ser sempre diferente do que fazemos amanhã, uma vez que o mundo das tecnologias de marketing está em constante evolução. Essa é a parte que me entusiasma sobre o que ainda posso, e vou, fazer na minha carreira: a possibilidade de explorar tecnologias que nos permitem fazer mais e melhor nas áreas em que me tenho vindo a especializar.

Um ótimo exemplo é o entusiasmo geral com o aparecimento de plataformas como o Chat GPT. Esta ferramenta, até há pouco desconhecida do grande público, é otimizada com grandes quantidades de texto para gerar respostas humanizadas aos briefings que lhe passamos. Pode, por isso, ser usada para criar mensagens personalizadas à medida das necessidades específicas e aos interesses de cada um, usando dados para agrupar consumidores em categorias baseadas no seu comportamento, preferências e outros fatores relevantes.

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O potencial desta ferramenta é imenso. Por exemplo, as marcas podem usar o Chat GPT para automatizar as interações de assistência ao cliente, fornecendo respostas em tempo real, personalizadas, a dúvidas e questões frequentes. Esta ferramenta pode, assim, não só melhorar a experiência dos consumidores, como reduzir a carga de trabalho humano que este tipo de serviços pode representar, libertando os colaboradores para tarefas mais complexas.

Uma das mais disruptivas formas de usar o Chat GPT é na publicidade. Usar esta ferramenta para a produção de copy permite às marcas gerarem ads altamente targetizados e eficientes que levam a que os consumidores se identifiquem com as mensagens num nível mais profundo. As marcas que usarem dados para identificar as características dos seus consumidores, entendendo que reações são geradas por determinado tipo de publicidade, poderão ajustar a sua mensagem, maximizando o impacto e o ROI das suas campanhas.

Outra aplicação do Chat GPT diz respeito à criação de conteúdo: as marcas podem usar esta ferramenta para gerar conteúdo de grande qualidade, personalizado para os seus clientes, tais como descrições de produto, posts para os seus blogues, e posts para Social Media. O Chat GPT permite assim às marcas escalarem a produção de conteúdos mantendo a sua qualidade e relevância paras as audiências.

Para este artigo brifei o Chat GPT com um resumo da minha carreira e a forma como esta conduziu a que agora pudesse usar esta ferramenta de trabalho. Pedi-lhe que o texto gerado tivesse cerca de 2500 caracteres e que me ajudasse a mostrar as vantagens do Chat GPT enquanto ferramenta de comunicação, marketing e publicidade.

Se perguntarem se o Chat GPT me deu a resposta perfeita e o que leem agora é ipsis verbis a resposta que gerou, a resposta é não. A questão da língua ainda requer alguns aperfeiçoamentos e acabei por repetir o briefing em inglês e traduzir a resposta.

Mas o que acabam de ler é um texto feito a meias entre Homem e máquina? 100%. E posso-vos dizer que a máquina contribuiu mais do que eu. O Chat GPT foi lançado em novembro de 2022 e está em constante melhoria e afinação. Rapidamente, mais artigos destes podem (e vão) ser escritos pelo Chat GPT ou ferramentas similares.

Ainda acham que as marcas vão ficar de fora deste chat?

Senior Manager na Deloitte

O Observador associa-se à comunidade Portuguese Women in Tech para dar voz às mulheres que compõem o ecossistema tecnológico português. O artigo representa a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da comunidade.