Nós Portugueses e Latinos somos avessos ao risco.

Creio que mesmo muitos Pais ensinam os seus filhos a privilegiar a segurança de um salário mensal em vez de criar uma empresa.

Pergunto, quantos de nós se levantam todos os dias com vontade de trabalhar, de ir à escola e de pagar as contas ?

Em resumo, quem gosta mesmo do que faz no seu emprego ou na sua profissão ?

Como Professor de Empreendedorismo numa Escola Profissional, tento incutir nos meus alunos que o mais importante na vida é fazermos o que gostamos e o que nos dá paixão.

Quando dei aulas a adultos, um dos meus alunos disse-me: “Encontra uma profissão que gostes e nunca terás que trabalhar na vida !”

Também alerto os jovens que a vida é difícil, mas que o mais importante é nunca desistir e que o maior falhado é aquele que não tenta.

Em Portugal é muito comum ouvir lamentações das pessoas mais velhas que gostariam de ser médicos ou canalizadores, mas que nunca se esforçaram para ter a profissão dos seus sonhos.

No entanto, constato que muitos jovens Portugueses que são Engenheiros, Economistas, Arquitetos e com outras profissões especializadas, estão a trabalhar nestas suas especialidades em países como Suíça, Inglaterra ou EUA, onde na minha geração nos anos 80, eu e outros fomos empregados de mesa, trabalhadores da construção civil ou empregados da limpeza.

Dizem que estamos a deixar sair talento e que o País não retém os mais qualificados, mas se um jovem Português pode hoje trabalhar na AirBus, na Space X ou na Google, porquê ficar na TAP, OGMA ou NovaBase, onde têm menos especialização, menor evolução de carreira e mais estagnação salarial…

Tenho 62 anos e toda vida ouvi dizer mal de Portugal, mas o problema não está no País mas sim na mentalidade conformista, negativista, invejosa e individualista dos Portugueses e de outros Países Latinos.

Como Professor procuro motivar a juventude com exemplos práticos que lhe façam ver a utilidade de aprender e para saberem assim, quais os conhecimentos que adquiriam na escola que vão aplicar na vida.

Como Engenheiro tenho a trabalhar para a minha empresa, ex-alunos que se têm revelado excelentes profissionais.

Aprendi quando vivi na América e quando lecionei numa instituição militar que “Querer é Poder !” e é este espírito que devemos incutir na nossa juventude para que Portugal evolua para o pelotão da frente !