Material de sensibilização, é a melhor definição de promessas da esquerda. As promessas da esquerda não são feitas para serem cumpridas. São feitas #ComPrimos, mas não para cumprir. Aliás, é precisamente esta componente familiar que incentiva a sensibilização. Afinal, não há nada mais nobre do que ajudar a família.

Ora, em tempos de eleições, inflacionada pela competitividade, o material de sensibilização adquire outra característica: multiplicação. Ou seja, todos os dias a esquerda apresenta novas promessas. Trata-se de um manancial tão vasto que só tem rival nas gotas de água que preenchem a Hoover Dam. É precisamente com este pressuposto – fonte de riqueza – que quero abordar o material de sensibilização eleitoral bloquista ou, como os próprios afirmam, social-democrata.

A líder bloquista, ao defender o seu programa eleitoral, expressou uma profunda (lá está, sensibilização) preocupação com a escassez de água e com a energia. Todavia, ao fazê-lo, – pasme-se ou não – manifestou-se contra o número de barragens e contra a perda de água devido à evaporação.

Aprendi, na escola primária, que o ciclo hidrológico é um movimento circular que envolve três processos: (1) Evaporação [dos corpos d’água (oceanos, rios, lagos e lagunas)] e evapotranspiração (das plantas terrestres e animais); (2) Precipitação, pela condensação do vapor de água do ar (na terra ou no mar) e; (3) Escoamento superficial (em terra e no mar). Assim, onde está a perda? Porém, como terminei a primária há 43 anos, é possível que agora a água evapore para a lua.

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Tamanho desconhecimento só pode significar cegueira ideológica. Como bem notou o João Pires da Cruz, para o BE “uma barragem é uma forma de opressão sobre a água!”. Mas nada de pânico. Da mesma maneira que a ciência foi ignorada em prol de políticas identitárias e como a natureza está errada, o bloco irá fazer uma lei para substituir a hidrologia por outra coisa qualquer e proibir perdas com evaporação.

Para Catarina Martins, as barragens não contam para as “questões óbvias do uso eficiente da água”, pois não constituem uma reserva hídrica, não produzem energia hidroelétrica, nem permitem regularizar o caudal de água ao longo do ano. Preocupada com a perda de água, a resposta bloquista é, entre outras coisas, perder ainda mais água.

O bloco de esquerda não é uma alternativa séria. Nas hostes bloquistas nada se transforma e tudo se perde. Os princípios e a seriedade também foram vaporizados, quiçá atomizados. Até já são sociais-democratas (Quo vadis, Trotsky?).

Os bloquistas também não são fonte de riqueza. Longe disso. Quando forem governo, Portugal não se evaporará. Cairá, irremediavelmente, na miséria. E acreditem que os bloquistas só descansarão quando conseguirem a miséria. Não querem ser uma Irlanda, uma Holanda ou um Luxemburgo. Porque diabo gostariam que Portugal fosse um país rico e desenvolvido? Preferem os modelos políticos, sociais e económicos que vigoraram ou vigoram em paraísos como Cuba ou Venezuela, para não recordar a Albânia de Enver Hoxha.

Ah, sim! Catarina Martins também afirmou ser necessário negociar com Espanha os caudais dos rios. Já sabemos qual é a sugestão que o bloco apresentará ao Governo espanhol: acabar com as barragens em terras de Cervantes.

Eis a solução bloquista para o problema da escassez da água e do défice energético: acabar com as barragens. Perante isto, perguntam o que representa o bloco para Portugal? A resposta é evidente. Nada mais e nada menos do que o caminho para a perdição.

Membro da Comissão Executiva da Iniciativa Liberal