Jair Bolsonaro foi um péssimo presidente do Brasil. Assentou a sua carreira política numa plataforma de confronto permanente e dividiu o país entre honestos e corruptos, bons e maus brasileiros. Nem sequer foi um político inteligente, na medida em que, após as acusações feitas contra Lula da Silva, não percebeu a oportunidade que tinha em mãos, a de se apresentar como um líder simples, conciliador, alguém pronto para fazer as reformas necessárias ao desenvolvimento do Brasil e que conduzissem à melhoria de vida dos brasileiros. Ser melhor que Dilma Rousseff não era difícil, mas a natureza humana é o que é e quanto a isso pouco há a fazer.
Posto isto, Lula da Silva está a ser um péssimo presidente do Brasil. Assentou o seu regresso político numa plataforma de confronto permanente e divide o país entre democratas e golpistas, entre bons e maus brasileiros. Nem sequer está a ser um político inteligente na medida em que, após o fracasso que foi o mandato de Bolsonaro, não percebe a oportunidade que tem em mãos, a de se apresentar como um líder simples, conciliador, alguém pronto para fazer as reformas necessárias ao desenvolvimento do Brasil e que conduzam à melhoria de vida dos brasileiros. Ser melhor que Bolsonaro não é difícil, mas a natureza humana é o que é e quanto a isso pouco há a fazer.
Só assim se compreende a reacção de Lula da Silva aos ataques de 8 de Janeiro, em Brasília. O actual presidente brasileiro já apelidou o seu antecessor de ‘psicopata’, e qualificou-o como alguém que ‘não pensa, não raciocina’, uma pessoa que ‘vomita coisas’. Por muito que seja verdade, Lula da Silva não se pode esquecer que é presidente do Brasil e a sua função não é persecutória, mas a de presidir a uma república federativa e a de exercer o poder executivo. Junte-se a esse alargado leque de poderes o papel simbólico de representante de um país e a responsabilidade acrescida do seu comportamento determinar o de boa parte dos brasileiros. Bolsonaro ignorou ostensivamente essa influência ou, melhor ainda, utilizou-a em seu benefício próprio, que foi a de dividir para reinar. Falhou. Ao que parece, Lula da Silva também não se importa de falhar como ele. Tanto um como outro não passam de dois populistas que puxam pela sua base de apoio popular para se legitimizarem politicamente. O perigo é elevado, como a história bem o demonstra.
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