Este ano quero mesmo ir a Fátima. Não pela data em especial mas pelo que ela simboliza. Em 1917, data das aparições, a Igreja Católica era descarada e barbaramente perseguida pelo Estado português e três crianças na Cova da Iria diziam que a Rússia espalharia os seus males pelo mundo; 105 anos depois sabemos da forma mais dura e cada vez melhor a verdadeira dimensão dessas palavras e a perseguição, essa, continua.

Mais cobarde, mais disfarçada, mais dirigida de forma a se tornar mais eficaz. Sob a capa de se fazer justiça sobre um crime hediondo, o da pedofilia ou do abuso de menores, levantam-se dúvidas, fazem-se acusações, ignora-se o contraditório. D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, primeiro, D.José de Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e Bispo de Leiria- Fátima agora. E mais virá até às Jornadas Mundiais da Juventude.

Isto é só o começo. Não há acasos, não há coincidências, não há vontade nenhuma de punir culpados ou de curar sofrimento. Há novamente (se é que alguma vez deixou de haver) um plano de ataque ao Catolicismo, uma das últimas instituições base da sociedade portuguesa. Mais uma vez a mando daqueles que sabem ser a Igreja no seu todo e a sua doutrina social em particular o grande obstáculo ao domínio de consciências, ao individualismo e ao abandono dos mais fracos e fragilizados porque supostamente menos produtivos. É esse o grande objectivo.

Claro que houve falhas, erros graves alguns até. Claro que provavelmente muitos de nós teríamos reagido de maneira diferente em algumas situações. Mas a missão da Igreja continuou e irá continuar. Porque nos faz falta. A todos. Renovada e fiel ao Evangelho. A obra transformadora que leva à dignificação do Homem. E essa sente-se em cada ida a Fátima. Como a pureza dos Pastorinhos e a coragem de quem consagra a vida a olhar por nós, mesmo por quem não tem fé. A verdadeira peregrinação que acontece ali.

A do tal grito imortal dos homens e das mulheres de todas as origens e em todo o planeta que não se resignam e procuram, esses sim, a Verdade como caminho de comunidade. E por isso que lá estarei.

 E em Paz.

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