Não sou amiga de Nadim Habib, mas como damos aulas na mesma faculdade e nos cruzamos nos corredores até poderia parecer que escrevo para apoiar um colega. Nada disso. Professor, Mestre em Economia pela London School of Economics e consultor internacional nas áreas de estratégia, inovação e criatividade, Nadim não precisa de mim para nada.

Li a entrevista que deu ontem ao Edgar Caetano, neste jornal, e concordo com o essencial de tudo aquilo que enuncia, comenta, defende e profetiza. Mas detenho-me apenas em dois aspetos: o escandaloso e recorrente atraso dos portugueses nas horas de começar reuniões, mais a embaraçosa dificuldade que temos para terminar estas mesmas reuniões. Custa admitir, mas contra factos não há argumentos. Os nossos atrasos são lendários e as reuniões demoradas, arrastadas, tornaram-se um desporto nacional.

O problema é que a tendência começa muito antes da chegada ao mundo profissional. Nas escolas e liceus, nas faculdades e institutos há muito boa gente que continua a achar que a pontualidade é coisa para ingleses e anglo-saxões. Tenho tido a sorte de ter sempre muito mais alunos pontuais do que em atraso, mas sei que é uma sorte e dou graças por isso, até porque como me confiam 9 a 10 turmas por semestre – ao todo cerca de 300 estudantes universitários – seria extraordinariamente penoso esperar todos os dias por (quase) todos. Mas é uma exceção à regra e não deixo de me sentir privilegiada.

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