Eduardo VII, chegado ao trono, proclamou Gentlemen, you may smoke, pondo termo a uma proibição imposta por sua mãe Vitória e recuperando um velho direito e um sempre actual prazer. Hoje, mais de um século depois, esta prática é menos uma Liberdade, exercida como direito, e mais uma liberalidade, exercida — ainda — como concessão.
John Locke, pensador decisivo para a edificação da Democracia Liberal e do Ocidente como os conhecemos, reconheceu ao Homem três direitos naturais: a Liberdade, a Vida e a Propriedade. Talvez não seja muito exagerado dizer, porém, que estamos hoje a viver numa era pós-Lockeana.
A Propriedade erode-se, pela mão da poderosa autoridade fiscal, nos montantes que cobra, na omnipresença que impõe e na coerção que usa. No caso do tabaco, para não nos afastarmos do tema que aqui nos traz, entre imposto especial e IVA, cerca de 80% do preço é imposto. Nisto há a tributação normal sobre o consumo e a neo litaniae sanctorum da saúde pública, dos efeitos laterais não cobertos para a sociedade, e do mal que o tabaco faz, desaguando numa reeducação social imposta à lei do custo. E isto leva-nos à questão da Liberdade.
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