A relevância dos acontecimentos do 1º de dezembro de 1640 que levaram à restauração da nossa existência enquanto Pátria, suporte fundamental da Nação, não tem sido amplamente divulgada ou debatida na nossa sociedade.

Fora da disciplina curricular escolar, “História”, em que é ensinado o 1º de dezembro, tal como qualquer outro facto histórico, rapidamente são tais acontecimentos e sua relevância votados ao esquecimento pela maioria da população, exceção feita pelos que dedicam a sua vida profissional à História, nomeadamente de Portugal e por alguns outros curiosos/patriotas.

O desconhecimento mais ou menos generalizado dos factos históricos da difícil e gloriosa conquista e preservação do nosso território, bem como da restauração da independência, associada à progressiva diluição da identidade nacional, aquém e além-fronteiras, num Mundo imparavelmente cada vez mais global, leva a que a importância atribuída ao “eu” enquanto Nação seja passível de ser cada vez menos relevante.

Seria muito interessante aferir o que de facto significa, para os portugueses(as), o dia da Restauração da Independência de Portugal, tal como a razão da absoluta necessidade da sua subsequente comemoração anual.

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Outra questão fundamental a debater: quem seríamos hoje se os valorosos e corajosos Quarenta Conjurados não tivessem avançado? Uma província integrante do Reino de Espanha em permanente luta pela independência? Ou apenas resignados à condição de província espanhola?

“Juro, por minha honra, como português e como oficial/sargento/praça da (o) Armada/Exército/Força Aérea, guardar e fazer guardar a Constituição, cumprir as ordens e deveres militares de acordo com as leis e regulamentos; contribuir com todas as minhas capacidades para o prestígio das Forças Armadas e servir a minha Pátria em todas as circunstâncias e sem limitações, mesmo com o sacrifício da própria vida.”

Constante da Carta Patente/Diploma de Encarte/Certificado de Encarte de cada militar oficial/sargento/praça, respetivamente, das Forças Armadas Portuguesas foi atrás transcrito o Juramento de Fidelidade. Tal Juramento é orgulhosamente lido e assinado na presença de superiores hierárquicos, logo após a incorporação no Quadro Permanente das Forças Armadas Portuguesas.

A permanente dedicação ao desígnio da defesa da Pátria “(…) mesmo com o sacrifício da própria vida” diz muito (ou tudo?) sobre o significado atribuído pelos militares das Forças Armadas Portuguesas à existência da sua/nossa “Pátria” e de toda abrangência de significados que podem ser incluídos na mesma.

Não se encontra devidamente divulgada junto da sociedade civil esta missão militar, de exclusividade de dedicação à defesa de todos os portugueses e à integridade do território, razão fundamental e pilar estruturante da existência das Forças Armadas.

A ausência de divulgação e debate de temas de tão elevado significado como os acima descritos não permite que a população, enredada que anda na exigente vida quotidiana, se mantenha atenta e centrada na sua identidade enquanto portugueses(as).

1 de dezembro de 2022