Se alguém achava que António Costa ia ser castigado pela confrontação no Terreio do Paço, enganou-se. Não só povo português borrifou no facto do seu Primeiro-Ministro prometer porrada a um velhinho, como também borrifou no facto do seu Primeiro-Ministro não cumprir a promessa de dar porrada a um velhinho. O povo português aprecia um bom delinquente que falta ao prometido.

Eu próprio simpatizei com António Costa. Também já estive numa situação parecida, em que me irritei com uma pessoa que se enganou na data das minhas férias. Tudo bem que era o agente de viagens e eu estava no check in do aeroporto, mas a fúria foi a mesma. Só não bati no tipo porque não sou uma pessoa violenta e ele não era mais pequeno do que eu.

Não há desculpa para a acusação que o idoso fez a António Costa. A idade não justifica tudo. Não é preciso ter grande memória para saber que António Costa não foi de férias durante o incêndio de Pedrógão Grande. Qualquer pessoa minimamente informada sabe que ele não se ausentou do país, ficou cá a organizar o focus group convocado para perguntar aos portugueses como avaliavam o trabalho do Governo durante o incêndio de Pedrógão Grande. Conhecendo o faro político do nosso PM e o grande profissionalismo da sua equipa, aposto que uma das perguntas do focus group foi, justamente, “o que acham se, um dia, António Costa tentar chegar a roupa ao pêlo a um velhote?” Costa nunca teria avançado para o idoso se não estivesse respaldado nas conclusões de um competente estudo de mercado.

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