There’ll be the breaking of the ancient Western code
Your private life will suddenly explode
There’ll be phantoms
There’ll be fires on the road
– L. Cohen, “The Future”

Vi “Leonard & Marianne: Words of Love”. O documentário trata da história de amor entre Leonard Cohen e a norueguesa Marianne Ihlen, durante a década de 1960. O encontro de ambos aconteceu em Hidra, a ilha grega para onde Cohen se mudou após a morte do pai e a herança subsequente. Marianne já lá estava, com o marido e o filho, parte da boémia “exilada” de artistas e candidatos a artistas. Talvez tenha sido paixão à primeira vista. À segunda, de qualquer modo, Marianne passou a viver com o canadiano, à época um escritor com certos louros e pouco dinheiro. Assim permaneceram meia dúzia de anos, entre o sol, o sexo, os amigos, o vinho, a guitarra, as drogas e as depressões a que Cohen periodicamente descia.

Quando a escassez material acabou de amarfanhar a doçura daquela existência, e o tempo fez o mesmo com a volúpia, Cohen partiu sozinho para a América em busca de uma carreira de “songwriter” e um meio de subsistência. Marianne ficou em Hidra, e em Hidra continuou, à espera dos regressos cada vez menos frequentes e menos demorados do amante. Ocasionalmente, ela própria o acompanhou nos EUA e Canadá. Entre as viagens, percebeu a fama crescente de Cohen, agora cantor, e as distracções que a fama trazia. E percebeu, triste, que aquilo se esgotara. A protagonista relutante da canção “So Long, Marianne” deixou o idílio de Hidra, teve diversos homens, casou, envelheceu e, um dia, soube que estava a morrer.

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