A liberdade de circulação das pessoas implica também maior responsabilidade individual. Esta afirmação pertence ao Sr. Primeiro-Ministro António Costa. Ao abrir de uma forma gradual as portas à terceira fase de desconfinamento, a declaração é verdadeira e pertinente.

Apesar de alguns concelhos do país não terem tido o aval do Governo para passar a esta fase, e alguns até tiveram de voltar à estaca zero (primeira fase), a grande maioria dos concelhos vai poder regressar a muitas das rotinas anteriores ao confinamento. Certamente que os concelhos que não foram autorizados a avançar para a fase seguinte, estarão neste momento tristes e revoltados com a decisão do Governo, baseada em premissas sobejamente conhecidas por todos. Abrir e voltar a fechar em poucas semanas é frustrante e, acima de tudo, um retrocesso na vida pessoal de muitos empresários e respectivos funcionários, que irão ficar com a corda na garganta depois de terem saboreado por algum tempo um cheirinho de esperança e prazer no local de trabalho.

Após semanas de prisão forçada, a grande maioria de população vai poder usufruir novamente de dias de alegria e de conforto emocional .

Esta terceira fase de desconfinamento vai ser um verdadeiro teste para a população portuguesa poder provar se o retorno à liberdade de circulação significa também que a responsabilidade de cada um de nós irá prevalecer sobre a atitude egoísta, descontrolada, perigosa e impensada de um quantidade apreciável de cidadãos desde o início da pandemia.

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Não podemos esquecer, que se quisermos chegar à quarta fase do desconfinamento sem fazermos marcha atrás no processo, diariamente, todos nós, independentemente de termos feito ou não a vacina contra a Covid-19, temos de manter as regras base anti-pandemia: uso obrigatório de máscara, lavagem das mãos durante 20 segundos e distanciamento social de, pelo menos, dois metros.

Sem o cumprimento destas três medidas sanitárias, associado a testes em massa aos cidadãos e caça feroz às cadeias de transmissão, não iremos poder passar à quarta fase, com um risco enorme de podermos chegar à quarta vaga com todos os inconvenientes que toda a população já conhece, com repercussões quase irreparáveis para a nossa economia e sociedade.

Ninguém quererá regressar a estes tempos de depressão e de prisão domiciliária.

É por isso, que todos os dias, quando sairmos de casa, devemos manter todas as medidas sanitárias. Temos de ter a consciência que o coronavírus está sempre à espera de uma oportunidade para nos infetar assim que deixamos de cumprir as regras.

Vamos manter-nos atentos, com sentido de responsabilidade, para que não surja a quarta vaga, mas, antes, a quarta fase de desconfinamento dentro de poucas semanas.

Vamos todos lutar para manter, e se possível melhorar, esta liberdade de circulação, sempre com sentido de responsabilidade, contribuindo deste modo para o renascer de Portugal e dos Portugueses.