A saúde é fundamental e o cancro da próstata é o segundo mais frequentemente diagnosticado em todo o mundo e a quinta causa de morte por cancro nos homens.

Com o objetivo de reduzir a mortalidade devido ao cancro da próstata e manter a qualidade de vida dos doentes, a maioria das normas de orientação recomenda a deteção precoce em homens assintomáticos.  Mas, não havendo sinais de alerta, como o poderemos diagnosticar? É fundamental sensibilizar os homens para a necessidade de terem uma postura de vigilância, não só ativa, como proativa, ao longo da vida. Não existe uma idade mínima para procurar um Urologista e existem patologias que podem afetar o homem numa idade precoce. Por isso, o melhor é criar rotinas de saúde desde cedo.

Sabemos hoje, através de vários estudos epidemiológicos, que existe uma forte evidência para uma predisposição genética no cancro da próstata. Esta evidência reforça a importância de discutirmos a nossa história clínica com o nosso médico de Medicina Geral e Familiar ou com o Urologista. Trata-se de apostar numa atitude preventiva.

O processo de rastreio oportunista começa, precisamente, com a iniciativa de um homem procurar um médico para ser avaliado através da discussão da sua história clínica e familiar, da realização do exame físico e de um teste sanguíneo de antigénio específico da próstata (PSA). Com base nessas três variáveis, o médico pode solicitar a realização de uma biópsia da próstata, que continua a ser o padrão para se poder despistar o diagnóstico de cancro. Importa ainda referir, que a biópsia é, hoje em dia, frequentemente antecedida por uma Ressonância Magnética da próstata que permita identificar zonas suspeitas a biopsar com precisão (biópsia de fusão).

Dado o elevado número de biópsias da próstata realizadas a cada ano, a técnica deve ser o mais precisa e segura para o doente quanto possível. A biópsia clássica, realizada através do reto, representa, ainda, um dos procedimentos urológicos mais comuns, mas tem o risco de levar a infeções, por vezes graves.

Atendendo a esta preocupação, foi desenvolvida uma nova abordagem – a biópsia da próstata por via transperineal (através da pele do períneo) sob anestesia local. Por ser mais segura e precisa, tornou-se, recentemente, no atual padrão recomendado nas guidelines internacionais de Urologia e, em Portugal, já estamos a dar os primeiros passos na sua aplicação. Aliás, no Hospital CUF Tejo fomos pioneiros no seu desenvolvimento e realização, sendo já vários os especialistas que procuram formação junto da CUF Academic Center para aprenderem a dominar esta nova técnica.

Quando pensamos em cancro da próstata, apostar no diagnóstico precoce e preciso é fundamental para um melhor prognóstico, sendo certo que ainda apresenta algumas dificuldades impostas pelo facto de nessa fase, na maioria dos casos, não haver manifestação de sintomas. Por isso é tão importante a atitude proativa de vigilância junto do médico para conseguir que o eventual diagnóstico seja o mais precoce quanto possível para obter uma maior probabilidade de sobrevivência. Quanto à precisão do diagnóstico, com a aplicação de novas técnicas de biópsia, cada vez mais seguras e eficientes – como é o caso da biópsia da próstata por via transperineal sob anestesia local – dá-nos novas ferramentas que contribuem positivamente para o combate a esta doença que tantos homens afeta.

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