Espero sinceramente que não haja uma escalada do conflito na Ucrânia. Também porque a guerra é uma coisa um bocado chata e assim, mas mais porque, neste momento, Donald Trump não é presidente dos Estados Unidos da América. E o que a comunicação social tinha prometido era que seria Donald Trump, logo que fosse eleito, a declarar como primeira medida do seu mandato o arranque da Terceira Guerra Mundial. Portanto, o meu apelo às partes em conflito na Ucrânia é o seguinte: eh pá, tenham calma. Calma, aguardem até 2024 para confirmar se o Trump se recandidata e vence, e depois, sim, guerreiem para aí à vontade.

Enfim, haverá quem diga que o Trump só nunca entraria em guerra com a Rússia porque é amigalhaço do Putin. Tanto é que durante todo o seu mandato houve, inclusive, fortes suspeitas de que Trump seria um espião russo. Está certo que foi aquele tipo de fortes suspeitas fortemente infundadas, alimentadas por uma fortíssima campanha de desinformação, levada a cabo por uma comunicação social muito forte em patranhas. Mas não interessa. Houve suspeitas, ou não houve? Houve. E não adianta salientarem que Putin aproveitou a presidência de Obama para anexar a Crimeia e a presidência de Biden para invadir a Ucrânia, tendo estando bem quietinho durante a presidência de Trump. Sim, porque o mais certo é Putin e Trump terem aproveitado os anos de presidência deste último para festejarem a anexação da Crimeia e planearem a invasão da Ucrânia.

Não, agora a sério. O que se passa na Ucrânia é bastante simples. É tão simples que até eu consigo explicar. Há um indivíduo, o shôr Putin, que pretende expandir o seu império. Uma vez que a Rússia é um país um bocado acanhado. E como é que ele pretende fazê-lo? Aproveitando os momentos em que na Casa Branca estão, ou presidentes que nas folgas de promoverem histerias em torno do aquecimento global adquirem mansões junto à praia na ilha de Martha’s Vineyard, como Obama, ou presidentes que, em virtude de já cá andarem há tempo suficiente para se lembrarem da Pequena Idade do Gelo, têm dificuldade em lembrar o próprio nome, quanto mais o nome do Putin. Como é o caso de Joe Biden. Ou seja, a tibieza e a senilidade de Washington andam de mãos dadas com o atrevimento de Moscovo. Só que em menos de nada o atrevimento larga a mão da tibieza e da senilidade e faz-lhes mas é um mata-leão. E para decifrar isto não é preciso ser um Sun Tzu. Aliás, qual Sun Tzu. Quem decifra um rótulo de Mafu decifra isto.

Mas a esta questão juntou-se um novo problema. Que os Estados Unidos têm a sul do seu território um regime ditatorial – Cuba – é um facto por todos conhecido. O que descobrimos nestes dias é que também a norte dos EUA, no Canadá, existe vontade de instituir um regime de inspiração castrista, liderado por Justin Trudeau. Trudeau, que chegou a ajoelhar-se numa manifestação do Black Lives Matter em sinal de apoio a este movimento, deita agora mão a tudo o que é estado de emergência para desmobilizar os camionistas em protesto contra os mandatos das vacinas. Ora, dá-se o caso de, ao pé das manifestações “mostly peaceful” do Black Lives Matter – em que a maioria das pessoas menos vinte e tal indivíduos sobreviveu, e em que a maioria das infra-estruturas menos propriedade no valor de dois mil milhões de dólares não sofreu qualquer dano –, esta manifestação dos camionistas canadianos é uma manifestação de Madres Teresas de Calcutá. Depois de tomarem uma lamela de Valium. Com chá de valeriana. No fim de uma sessão de Hatha Yoga (diz o Google que é das melhores variantes de Yoga para combater o stress).

Apesar de tudo, os camionistas canadianos não parecem ter intenção de abandonar as suas posições. A propósito, sabem quem é que os camionistas canadianos me fazem lembrar? Rui Rio. Que também não vai a lado nenhum. O homem não sai da liderança do PSD nem que o Trudeau mande a Real Polícia Montada do Canadá. Rui Rio não sai e pronto. Enquanto o Chicão deixou de querer liderar o CDS quando o partido acabou, Rui Rio não quer deixar de liderar o PSD até o partido acabar.

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