Não é o CDS-PP, ou o seu presidente que vão a votos. Se tal fosse verdade, a opção era mais simples: o mais bonito, o mais bem vestido, o mais alto, o que fala melhor, o que aparece mais vezes na televisão, etc.

O que vai ser sufragado são os princípios fundacionais do partido. A Democracia Cristã.

Portanto e parafraseando um conhecido adepto de Adolfo Mesquita Nunes, há que pôr a mão na consciência e pesar os prós e contras. Não podia estar mais de acordo. Vou, pois, em conjunto com os leitores, elencar os princípios que norteiam uma política baseada na democracia cristã:

  1. Estado mais pequeno, mas mais forte. Ou seja, pequeno na dimensão, mas forte na acção, na capacidade de punir, de regular;
  2. Liberdade económica. Deixar a economia respirar, as pessoas empreenderem, premiar o risco, desburocratizar. Reduzir impostos. Ter liberdade para escolher a forma como cada um desconta para a sua reforma;
  3. Liberdade religiosa. Separação entre Estado e Igreja. Entender que cada um pode adorar o Deus que quiser, na premissa de cumprir as leis do Estado assim como os tratados internacionais a que o mesmo está vinculado;
  4. Liberdade de escolha da escola dos nossos filhos;
  5. Liberdade de escolha do hospital onde queremos ser tratados;
  6. Aceitar, rever-se e defender as tradições do país;
  7. Sentir orgulho na história do seu país;
  8. Defender a família como núcleo fundamental da sociedade. Entender que quem quer ter filhos deve ter apoios. Ser contra o uso indiscriminado da “barriga de aluguer”. Entender que a adopção de crianças, deve ser, em primeiro lugar, para casais constituídos por Pai e Mãe. Defender o apoio, por parte do Estado, àqueles que entendem cuidar dos idosos da família em sua própria casa;
  9. Defender a vida. Ser contra a eutanásia. Ser contra o aborto. Ser contra a pena de morte, castrações, mutilações, amputações e outras práticas que atentam contra a dignidade humana;
  10. Defender as minorias: Os imigrantes, os excluídos, os pobres, os doentes, os idosos, os que estão presos.
  11. Entender que seja quem for, tem o direito a uma vida condigna e a um mínimo de subsistência.
  12. Defender que seja quem for, tem direito a defesa legal, se necessário paga pelo Estado. Acreditar que qualquer que seja o crime cometido, o ser humano é capaz de redenção e de ser um membro útil para a sociedade;
  13. Legislar para defender os idosos e de quem deles cuida. ter na sua base, que a saúde e a escola são direitos de todo e qualquer ser humano;
  14. Aceitar – contra ventos e modas – que uma parte do nosso rendimento deve ser gasta no bem comum.

Não se trata de afirmar que quem não subscreve estes princípios não é boa pessoa, cidadão, amigo, irmão, filho, etc. Será tudo isso e mais até. Mas uma coisa não é: democrata-cristão.

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Ora, se o CDS sempre defendeu a democracia cristã desde a sua fundação, porque razão há-de o partido mudar para que um conjunto de pessoas se sintam mais à vontade?

Um farol não é móvel. Fica no mesmo sítio a emitir a mesma luz, com a mesma intensidade. É certo que, durante algum tempo, o farol andou algo dessincronizado porque o faroleiro entendeu que para novos problemas, novas soluções. Ora, os problemas mudam com os tempos, mas as soluções para a sua resolução devem ter a mesma raiz. Com linguagens eventualmente diferentes, mas fundadas na mesma base – a democracia cristã.

Porque sei que Francisco Rodrigues dos Santos defende os princípios do partido, terá o meu voto de confiança.