O Kremlin ameaça pôr fim ao diálogo político com a União Europeia, acusando Bruxelas de estar na origem de todos os males deste mundo. Como o ataque continua a ser a melhor forma de defesa, o regime russo vitimiza-se, tentando transformar o carrasco em vítima.
Esta semana, Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, declarou, a propósito das relações com a União Europeia: “Nos últimos vinte anos, nós mantivemos sempre o sentido de dignidade própria. Mas as pessoas que respondem pela política externa no Ocidente não compreendem a necessidade de uma conversa mutuamente respeitosa. Talvez devamos deixar de falar com eles durante algum tempo. Tanto mais que Ursula von der Leyen declara que não é possível realizar uma parceria geopolítica com as actuais relações. Se eles assim querem, assim seja.”
Esta declaração poderia ter algum fundamento antes da chegada ao Kremlin de Vladimir Putin, há precisamente vinte anos atrás, quando o Ocidente tratou a Rússia com algum desprezo e com alguma superioridade. Hoje, porém, são os dirigentes russos que espezinham o Direito Internacional.
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