Sobretudo nesta fase de debates e pré-campanha eleitoral, ouvimos os candidatos debitarem algumas das suas ideias para o país, os que as têm, pelo menos. Ao ouvir os partidos de esquerda a falarem de crescimento económico, da diminuição do desemprego e dos impostos, não podemos deixar de ficar incrédulos. Os defensores de sistema económico que advoga o controlo do estado sobre a produção, sobre a economia numa espécie de monopólio estatal, que defende altos impostos para financiar o estado e distribuir por quem precisa (ou por quem prefere não se esforçar), que não entende o conceito de equidade, como poderá ambicionar alguma vez, gerar crescimento económico?

O Estado não produz riqueza, isto é um dogma, é importante investir nas empresas, nas profissões liberais, no comércio, aqui sim, gera-se riqueza e foram estes, sem qualquer dúvida, quem mais sofreu os efeitos da pandemia e quem mais sofre há anos com os efeitos do socialismo com as suas cargas fiscais sufocantes, taxas e taxinhas que mais não fazem do que criar mercados paralelos e destruir todos aqueles que têm iniciativa e pro-actividade. Tenho a teoria e ainda ninguém me conseguiu convencer do contrário, que um economista de esquerda não pode ser um bom economista, não há um único país do mundo onde a esquerda tenha conseguido desenvolvimento económico, onde haja de facto igualdade, bem pelo contrário. Com a esquerda no poder temos pobreza, miséria, insegurança, violência e perseguições políticas. E isto é o que tem vindo a aumentar em Portugal, não apenas em Cuba, Venezuela, Sri Lanka ou Bangladesh.

Em Portugal temos um Presidente que diz que “os imigrantes nos ajudam com a natalidade” – nada mais absurdo, os portugueses não precisam que os ensinem a fazer filhos, precisam de condições para os ter e para lhes proporcionarem uma vida digna e um futuro. Os baixos salários e o desemprego, que a imigração selvagem que adoptámos vem exponenciar, leva os nossos jovens mais qualificados a fugir do país. Com o desemprego jovem a atingir níveis recorde (taxa de desemprego jovem de 40,7%, quase o dobro da média da União Europeia), os nossos jovens não têm outra alternativa a não ser procurar opções no estrangeiro.

O nosso país tem a quinta taxa de natalidade mais baixa de toda a União Europeia e os efeitos são indisfarçáveis, desde o envelhecimento da população à maior dificuldade de sustentabilidade na Segurança Social. Esta crise demográfica é concreta e é uma preocupação transversal a toda a Europa.

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Em contraciclo, os países mais perseguidos, criticados e ostracizados pela União Europeia, vítimas de ameaças e pressões inaceitáveis numa Europa que se diz democrática e que deveria ser de nações livres, têm sido um exemplo na proteção do bem-estar, da cultura e da economia dos seus povos.

Na Hungria, Viktor Orbán decidiu que para contrariar a diminuição da população e o envelhecimento, não há necessidade de receber imigrantes – disse mesmo que a “imigração é sinónimo de desistência” – mas sim de criar medidas de apoio à natalidade. Este passo foi dado, as mulheres com quatro filhos ou mais não pagam impostos, há financiamento para creches e jardins de infância, apoios na compra de carros para as famílias com três ou mais filhos e para chegar a isto, o Governo fez uma consulta pública sobre políticas de família e migração. Neste país a electricidade é a segunda mais barata da Europa, menos de metade que em Portugal, que é a terceira com maior volume de impostos sobre este bem de primeira necessidade.

Já a Polónia com medo de uma inflação elevada, vai a partir do próximo mês, eliminar o IVA sobre alguns alimentos (e o IVA neste país já é ligeiramente inferior ao português), para isto solicitaram a aprovação da União Europeia, que aparentemente está garantida. Estão também em negociações para reduzir o IVA sobre o combustível.

Na Sérvia, com o intuito de reverter a baixa natalidade, anunciam um incentivo financeiro de aproximadamente 2.500 euros para famílias que tenham o primeiro filho. Entre outras medidas, o Governo sérvio, vai criar bolsas para jovens casais de até 19 mil euros para os apoiar na compra da primeira habitação e a constituir família enquanto terminam os estudos.

Por cá, com um governo de esquerda não há creches e jardins de infância disponíveis e aumenta tudo, a dívida pública que é a 3ª maior da União Europeia, os combustíveis, em que o aumento é continuo e semanal, juntamos aos aumentos o da eletricidade, as rendas, telefone e internet, portagens (que já são o que sabemos), transportes e inspeções automóveis. Este ano até a idade da reforma volta a aumentar!

É importante ter isto em mente no dia 30 de janeiro. Que tipo de modelo económico queremos, que gestão queremos para o PRR, preferimos ter as verbas injectadas num Estado cada vez mais pesado e gastador, ou na economia, no mundo real? Gostemos ou não, sem um desenvolvimento económico sustentável, sem uma economia dinâmica e em crescimento não conseguiremos todas as outras reformas de que o país tanto necessita na educação, na saúde, na segurança e sobretudo, nunca alcançaremos a qualidade de vida que todos merecemos.

Nuno Afonso