Desde a invenção da mini-saia que não havia uma peça de vestuário que provocasse tanto alvoroço numa capital da moda como os coletes amarelos em Paris. Se é verdade que a mini-saia marcou os anos 60 na Cidade Luz, não é menos impressionante o contributo para esse epíteto luminoso que os coletes amarelos têm dado ao incendiarem tantos automóveis.

Como costuma acontecer com todas as modas, esta também chegou mais tarde a Portugal e causou muito menos impacto. É verdade que em Lisboa os coletes amarelos ainda fizeram parar o trânsito, mas qualquer mini-saia continua a provocar muito mais reboliço no tráfego da capital.

Ainda bem que por cá não houve grandes problemas. Em Paris os coletes amarelos destruíram montras, carros e monumentos na zona mais chique da cidade. Cheguei a temer que em Lisboa os manifestantes também avançassem pela Avenida da Liberdade destruindo pelo caminho os símbolos do grande capital: as lojas de luxo, os restaurantes requintados, o edifício do antigo hotel Victória propriedade do Partido Comunista Português.

A propósito de organizações que funcionam à base de controleiros, ontem, dia de Natal, a EMEL ofereceu cinco euros a quem não tivesse sido multado em Lisboa por mau estacionamento no último ano. Para tal bastava fazer o registo num site criado para o efeito. Incautos, muitos condutores foram visitar o site, demoraram-se lá mais do que previam, a EMEL bloqueou-lhes os computadores e tiveram de pagar uma multa de dez euros para saírem dali para fora. Esta última parte por acaso é mentira. Agora, não é por oferecer cinco euros no Natal que a EMEL deixa de ser uma pedra no sapatinho dos lisboetas.

Por estes dias realizou-se o jantar de Natal dos deputados do Partido Socialista onde Ferro Rodrigues lamentou as “chico-espertices” das presenças-fantasma no Parlamento. Não sem antes pedir ao Pai Natal que não se consiga provar que o deputado Nuno Sá é um desses chicos-espertos. Já o deputado Nuno Sá, que nos momentos importantes diz “presente”, não esteve presente. Embora me pareça perfeitamente crível que o deputado tenha de facto estado no Parlamento no dia da polémica. Simplesmente, um indivíduo capaz de fazer Famalicão-Lisboa-Famalicão em cerca de 9 minutos desloca-se tão rápido que é impossível de captar pelo olho humano.

Enquanto isto, o Presidente Marcelo foi notícia na sequência do tsunami que devastou a Indonésia ao oferecer assistência de Portugal nas operações
de resgate. As autoridades indonésias declinaram, porque têm alguma urgência em resolver este assunto: preferem esperar pela próxima idade do gelo, que fará recuar o nível médio dos oceanos reduzindo o poder destrutivo destes tsunamis, do que esperar pela chegada dos meios de socorro portugueses.

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