Quarta-feira, 4 de Dezembro. Uma galeria de arte em Miami apresenta uma — vá lá — obra, que consiste numa banana presa a uma parede branca com fita adesiva. O galerista que representa o autor do trabalho afirma que as bananas são “um símbolo de troca global, de duplo sentido, e um dispositivo clássico para o humor”. Familiares próximos deste senhor lançam-se de imediato em busca de uma vaga numa instituição psiquiátrica perto da sua área de residência.

Sexta-feira, 6 de Dezembro, pela fresca. Uma mulher francesa adquire a — enfim — obra, que consiste numa banana presa a uma parede branca com fita adesiva, por 108 mil euros. Sem mais demoras, familiares próximos desta senhora contactam os familiares próximos do galerista que representa o autor da — digamos — obra, no sentido de saber se tiveram sucesso na procura de uma clínica de psiquiatria que esteja a aceitar pacientes e perguntam se haverá mais uma cama disponível.

Sexta-feira, 6 de Dezembro, à tarde. Em todo o mundo, comenta-se a banana presa a uma parede branca com fita adesiva, comprada por 108 mil euros. Será isto arte, ou será isto brincadeira parva? Como é óbvio, não é por alguém dar uma fortuna por uma banana que ela passa a ser arte. Uma banana custar 170 ordenados mínimos não é arte. É a Venezuela. Aliás, na sequência desta notícia, o Ministério da Educação já alterou o currículo da disciplina de História de Arte. De agora em diante, além de abordar artistas do Modernismo, como Picasso e van Gogh, nesta cadeira estudar-se-á também Hugo Chávez e Nicolás Maduro, representantes do Minimalismo Quando se Trata de Pôr Comidinha no Prato dos Concidadãos.

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