Há exactamente cinco anos, enquanto a esquerda celebrava e parte da “direita” lhe chamava “príncipe da política”, previ, porque era fácil prever, que o dr. Costa arrastaria o país para uma ditadura. Há exactamente uma semana, constatei, porque os sinais não deixavam dúvidas, que a ditadura do dr. Costa se consumara de vez. Anteontem, parte da “direita” começou a desconfiar de haver a possibilidade, vaga, rebatível e provisória, de o dr. Costa possuir uma ligeira, ligeiríssima, vocação autoritária. Como diria uma criança de dez anos, a sério? Parte da “direita” parece composta por crianças de cinco. Ou por oportunistas de quarenta.
Dado não me interessar pela dimensão caipira da política, desconheço as proezas do dr. Costa na fase de autarca (dizem-me coisas lindas). Desde que usurpou as “legislativas” de 2015, com uma aliança cozinhada às escondidas com dois partidos leninistas, a aversão do homem à democracia é notória, e o seu recurso à dita meramente instrumental. A tirania está na natureza do dr. Costa, e não há verniz que a cubra ou engane. Excepto os tontos, que adoram ser enganados.
Os tontos, que em cinco anos não repararam na voraz conquista do Estado e da vida privada pelo PS, desataram a duvidar dos méritos democráticos do dr. Costa esta semana, a propósito da obrigatoriedade da máscara e de uma “aplicação” que visa detectar a Covid e afinal só detecta os devotos que a instalam. Pelos vistos, a tomada da PGR, do Banco de Portugal, do Tribunal de Contas, da Assembleia da República, da Presidência da República, da Justiça, do ensino, dos “media” e de tudo, tudo, tudo, tudo não os inquietou nem um pedacinho. Grave é a máscara e grave é a “aplicação”. Aliás, grave é a “aplicação”, já que aparentemente meio mundo não reparou no truque e está disposto a usar a máscara 24 ou 25 horas por dia logo que não tenha de usar a “aplicação”. O truque é eficaz.
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