É impossível não adorar, na política como na vida, aquele tipo de pessoas que promete com grandiloquência algo, afirma-o categoricamente, sugere-o com convicção, sussurra-o para criar empatia e ar de autenticidade e, no fim, as suas políticas, leis, decisões e palavras oficiais vão todas no sentido de boicotar aquilo que prometeu, afirmou, sugeriu, sussurrou. Falo, claro, a propósito da oh tão grande preocupação da geringonça com a habitação disponível a preços adequados aos níveis de rendimentos dos portugueses.

Para – alegadamente – alargarem a oferta de casas para arrendar, a esquerda que apoia a geringonça tem implementado toda uma panóplia de medidas hostis ao turismo e ao alojamento local. Já para o orçamento de 2019 toda a esquerda prepara um novo escalão para o adicional ao IMI, a partir de património imobiliário acima de dois milhões de euros que pagará uma taxa de 1,5%. (O PCP, esse grande proprietário imobiliário, continuará isento.)

Esta medida fiscal, é certo, não tem como objetivo declarado aumentar a disponibilidade de casas para habitação. Os objetivos são os do costume, em se tratando de cedências do PS ao BE e ao PCP: ataque à propriedade privada, à acumulação de riqueza, à capacidade de investimento privada, à livre iniciativa.

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