O nome de Henry Dunant é hoje menos célebre do que a organização humanitária a que chamamos Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, que celebramos neste 8 de maio, sob o mote tudo o que fazemos vem do coração. Esta é uma data coincidente com o nascimento do nosso filantropo-fundador, em 1828. O que este suíço, o primeiro Prémio Nobel da Paz, concretizou há já 160 anos ajudou a abrir as mentes dos líderes do século XIX para a assinatura da I Convenção de Genebra e para a criação do Direito Internacional Humanitário.

Esse legado de apoio aos que mais necessitam em situações de guerra ou em catástrofes naturais mantém-se ativíssimo, expandindo-se na atualidade para a resposta também a todas as situações de vulnerabilidade social e económica. A uma escala planetária, fornecemos alimentos ou bens, auxiliamos pessoas com água e saneamento, damos apoio a migrantes e a refugiados. Independentemente do contexto, dizemos presente onde somos necessários, seja na Ucrânia, no Sudão ou em Moçambique, país este donde regressou agora mesmo um coordenador da Cruz Vermelha Portuguesa que ajudou no terreno a combater aquele que é já o pior surto de cólera da última década.

Na Cruz Vermelha Portuguesa assumimos, orgulhosamente, este legado de Henry Dunant todos os dias. E os nossos mais de 2 mil colaboradores e 5 mil voluntários em todo o país concretizam essa função nobre de apoio humanitário às famílias, aos cidadãos sénior, aos sem-abrigo, aos migrantes e refugiados. Com as nossas 160 estruturas locais, estamos onde somos precisos. Damos apoio domiciliário. Acolhemos temporariamente crianças e jovens. Gerimos lojas sociais e disponibilizamos refeições nos nossos refeitórios e cantinas sociais. Lutamos diariamente para mudar os números da violência, acolhemos vítimas e filhos menores, contribuímos para a sua autonomização, damos apoio psicológico.

Numa fase em que registamos uma duplicação do número de pedidos, estamos a apoiar já mais de 40 mil famílias. Procuramos corresponder às solicitações para pagamento de rendas de casa, contas da água, da luz ou do gás, na compra de óculos ou de material escolar. Queremos uma sociedade mais justa e desenvolvida e que cada pessoa tenha condições para viver com dignidade. Como conseguimos cumprir esta nossa função? Graças ao apoio de empresas, mecenas e de cada donativo individual – sim, o seu contributo permite que este grande coração humanitário a bater diariamente, fazendo a diferença em tantos milhares de vidas. Tal como Henry Dunant uma vez disse: “Todos podem, de um modo ou de outro, na sua esfera e de acordo com a sua capacidade, contribuir para este bom trabalho”.

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