Nos ataques que fez a Paulo Rangel, José Magalhães revelou que é um homofóbico, que usa uma linguagem reles própria de regimes totalitários, comunistas e fascistas. Neste ataque político lamentável, há dois pontos que vale a pena sublinhar.

Em primeiro lugar, nunca qualquer outro político português fez um ataque homofóbico tão vil e baixo como Magalhães fez. Imaginem que um político de um partido de direita faria um ataque semelhante a um militante de um partido de esquerda. Já haveria abaixo-assinados a pedir a sua demissão ou mesmo a ilegalização do seu partido. Ninguém ouviu qualquer dirigente do PS a demarcar-se dos ataques de Magalhães. Para a história fica um deputado do PS fez o ataque mais homofóbico da história da democracia portuguesa.

O segundo ponto tem precisamente a ver com o silêncio do PS. Ao contrário do que muitos disseram, Magalhães não é louco nem é um desbocado. Sabe muito bem o que faz e o que diz. O ataque foi feito a um político, Paulo Rangel, que poderá ser o próximo líder do PSD e, portanto, uma ameaça ao poder do PS. No plano dos princípios abstractos, o PS defende valores universais. Mas quando o poder está em jogo, o PS esquece imediatamente os valores. O ataque de Magalhães não vem de um cidadão independente. Foi feito por um destacado deputado socialista. A partir de agora, não restam dúvidas (para quem ainda as tinha) de que o PS fará todo o tipo de ataques aos seus adversários políticos. Os socialistas já não sabem viver sem estar no governo e sem ocupar o Estado.

José Magalhães foi o relator da nova legislação sobre a desinformação online. Dito de um modo mais directo, é o “pai da censura digital.” Vontade de censurar os outros não lhe falta. No entanto, é incapaz de de se controlar a si próprio. Na boa linha comunista e soviética, Magalhães sente-se acima das regras que quer impor aos outros.

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