Nós Portugueses temos capacidade e recursos para construirmos um país desenvolvido e rico. Dependemos de nós, do nosso sonho da nossa vontade.

1)- Portugal é um dos maiores países da Europa e do Mundo quando a zona económica exclusiva marítima (ZEE) é levada em linha de conta.

2)- Quando o importante processo, bastante negligenciado pelo governo português, de extensão da plataforma continental portuguesa para lá das 200 milhas, entregue nas Nações Unidas, estiver concluído, tornar-nos-emos a 3ª maior ZEE da União Europeia (UE) e a 10ª do mundo.

O potencial desta soberania sobre o solo e subsolo marinho é absolutamente grandioso. É grandioso em termos económicos, diplomáticos, políticos, científico, industrial e militar. Associado a este fenómeno emerge o potencial Aeroespacial. É indiscutivelmente o mais importante tema no que ao desenvolvimento da economia portuguesa diz respeito. Da perspetiva económica, tem o potencial de centenas de PRR’s. Na Noruega, o volume de negócios anual da insignificante actividade de aquacultura corresponde a metade do PRR.

Considero que o principal eixo estratégico de atuação de Portugal deveria estar centrado no gigantesco potencial da ZEE. A nossa diplomacia deveria estar muito focada no reforço dessa soberania em contexto europeu, tratando de influenciar o desenvolvimento de uma força militar conjunta Europeia. O que recentemente aconteceu com o cancelamento da encomenda australiana de submarinos nucleares a França em detrimento de um acordo com EUA e Reino Unido, deveria constituir fonte de preocupação e reflexão sobre o modo ingénuo como a Europa tem encarado a constituição de uma força militar conjunta. Essa importante decisão trará um relevante contributo para a paz mundial, equilibrando a partilha de poderes que os grandes eixos mundiais demonstram não prescindir.

Para Portugal significa um potencial de desenvolvimento científico e tecnológico, significa riqueza, emprego, ensino e investigação, mas significa também uma crescente e relevante influência da nossa intervenção na armada europeia, potenciando um papel muito importante nessa indústria tão essencial ao equilíbrio e paz no mundo. O potencial de riqueza é incomparavelmente maior, mais sustentável e robusto que qualquer outra área de investimento que tenhamos analisado nos últimos séculos. A sua exploração constitui um desafio de grande complexidade e trabalho. Para isso é necessária uma mesa com os melhores estadistas, cientistas e investigadores, industriais, militares e financeiros.

Aos nossos governantes tem faltado a crença nas nossas capacidades, o arrojo, o sonho e a vontade de trabalhar em áreas de inovação e risco técnico e científico. Se o nosso Estado emagrecesse a administração publica e transferisse potencial para o ensino e investigação naval e oceânica, a economia e os movimentos sociais, económicos e financeiros fariam o resto. Em vez disso, andamos temporariamente adormecidos com os €4,5 diários, médios, durante um ano, a cada português, que é efetivamente o que a chamada Bazuca representa. Podíamos estar noutro patamar. Com muito mais interesse, com maior orgulho próprio, com orgulho na economia e no arrojo Português.

Com Mar Português.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR