Em entrevista ao programa “Sob Escuta” na Rádio Observador, João Ferreira do Amaral explica os motivos por que não defendeu a entrada de Portugal na moeda única e as razões para que o nosso país saia do euro, não de forma unilateral mas devidamente acordada com Bruxelas. Razões que se prendem com um crescimento económico que tem sido deficiente desde que Portugal deixou o escudo. Para Ferreira do Amaral, como para outros defensores de uma saída do euro, a moeda única europeia funciona como um colete de forças que, ao não permitir a utilização da ferramenta cambial, tira competitividade à economia. Como referem o euro asfixia a economia portuguesa que sofre de dívidas pública, privada e externa muito elevadas e a utilização do intrumento cambial, que é a desvalorização da moeda, não é permitida.

Não há dúvida que desde a moeda única que a economia portuguesa tem crescido muito pouco. Desta forma, é legítimo que se pergunte por que razão estamos no euro? Na verdade, como refere Ferreira do Amaral, se um marciano viesse à Terra ficaria espantado com algo que, à primeira vista, não passa de uma parvoíce. Mas não é, existem razões para que Portugal use o euro, as assuntos não devem ser analisados apenas à primeira vista e, como é legítimo que se questione a presença de Portugal no euro, é legítimo também que se responda à questão.

Não querendo ser exaustivo, as vantagens de uma moeda forte (como o euro) são essencialmente cinco: controle da inflação; ajuda aos exportadores que importam mais barato os produtos que precisam para manufacturar o que depois exportam mais caro; permite que as empresas do país com a moeda forte comprem empresas dos países com moedas fracas; possibilita que os governos se financiem com taxas mais baixas e permite por último um enriquecimento imediato dos cidadãos do país com a moeda forte comparativamente com os cidadãos dos países com moedas menos fortes. Este último ponto foi, aliás, o que sucedeu com os Portugueses logo em 1999.

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