A juventude portuguesa borrifa na Europa? A abstenção de Domingo indica que sim. Mas há excepções. Como se descobriu esta semana, ainda há jovens empreendedores empenhados na organização de certames internacionais com o objectivo de interagir com europeus de outras nações. Tudo bem que o certame internacional é o concurso Miss Hitler, mas pelo menos o organizador não fica em casa agarrado às redes sociais e mostra vontade de participar na construção de um projecto comum, sob a égide de um líder que, à sua maneira, também quis unir a Europa.

Ao que tudo indica, o evento que se propõe escolher a nazi mais bonita do Continente é organizado por um português, João Branco (não sei se é nome de baptismo, se pseudónimo). Não sei se, como milhões de portugueses, João Branco não liga ao Interrail, mas pelo menos tem interesse num político que incentivava o uso do comboio por todos.

Segundo a página do Facebook, o concurso é uma “competição hitleriana saudável”, o que significa que é organizado no espírito de fairplay a que Hitler sempre nos habituou. E que a Miss Simpatia vai acabar assassinada pela organização, que não tolera simpatia. O objectivo é promover a “cultura hitleriana”, traduzindo a “inspiração de Hitler” e incentivando “a originalidade, a criatividade e a boa fé”. Só não se informa se a Miss Hitler vai depois participar, juntamente com a Miss Mao, Miss Estaline e outras laureadas, numa competição global chamada, sei lá, Miss Univermes.

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