Acontece muito às vezes no verão. “Tu aqui? Mas o que é que estás aqui a fazer” Eu sou daqui. E isso muda tudo.

Passamos da percepção de um Alentejo que virou moda e destino turístico a um sítio de onde se é. Sabe-se as cores, os cheiros, as diferenças entre as terras e as suas rivalidades que se explicam também pela sua história e por quem por cá tem passado. De alguma coisa temporária ao que nos reforça e nos dá identidade.

Estas terras que já foram da Ordem de Santiago representam bem a tão portuguesa ligação entre a terra e o mar e levam-nos de volta às nossas origens e à forma como fomos lutando para construir o país que somos. Falam-nos da interligação que tem de existir entre as diferentes parcelas do nosso território, do respeito pela importância do mundo rural e da ligação ao Atlântico, de políticas que reforçam o associativismo e combatem a desertificação, promovendo a qualidade de vida das populações e o reforço da interligação da responsabilidade entre as entidades públicas e a sociedade civil. Agora bem representadas na forma responsável como toda a região tem sabido responder à pandemia e que serão decisivas na resposta que já começou ser dada e que será determinante em escolhas futuras.

Diz se que tem a luz mais bonita do país; eu acrescentaria que tem a mistura de verdes e azuis mais perfeita de todas. Que vão dos diferentes tons do mar ao longo da nossa costa, ao azul do céu que aparece e reaparece no meio das árvores e dos montes caiados de branco. Que não se veja nisto no entanto uma visão idílica da região Não há maior desafio do que conseguir conservar esta forma de ser e de estar com os desafios que aí vêm.

Um país solidifica-se sabendo olhar a realidade como forma de projectar o futuro. É isso mesmo que temos de fazer e esta região, a do Alentejo Litoral, vai continuar a dar o exemplo.

Porque é também esse o novo sentido do grito “Por Santiago”.

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