Temos tido um Verão politicamente curioso. Mesmo quando parecia termos já visto tudo, houve sempre mais alguma coisa para ver. Tivemos o “diabo” de António Costa e depois as 35 horas de Assunção Cristas, para não falar do sindicalismo da direita e do ordeirismo da esquerda durante a greve dos camionistas.

Talvez haja quem pense que tudo está trocado, como as estações do ano. Mas neste caso, não é o aquecimento global: é apenas o arrefecimento de uma sociedade onde a política, por falta de sustentabilidade, vai morrendo.

Antes de mais, convém notar que a discórdia continua, e até mais azeda do que nunca. Mas passou a corresponder a meras posições circunstanciais. O que de facto existe politicamente em Portugal neste momento são só duas modalidades de ser: governo e oposição. Quem está no governo – direita ou esquerda –, faz cativações, aumenta impostos, resiste a reivindicações e é céptico em relação ao TGV; e quem está na oposição – esquerda ou direita –, preocupa-se com os serviços públicos, quer baixar impostos, adere a todos os protestos e namora a alta velocidade.

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