Contados os votos, devemos respeitar as escolhas do povo português, felicitar o vencedor e registar o civismo com que decorreu o ato eleitoral.

Como social-democrata com fortes ligações à história do PSD, o resultado obtido pelo partido não pode deixar de me entristecer. Apesar da dinâmica revelada durante a campanha eleitoral e da indiscutível qualidade do programa económico proposto aos portugueses, o número de deputados eleitos pelo PSD ficou muito aquém daquele que as vicissitudes que o País conheceu durante os quatro anos do governo da “geringonça” justificavam para o maior partido da oposição.

A tarefa mais importante e urgente que o PSD tem agora à sua frente é a de reconstruir a unidade do partido e de mobilizar os seus militantes, um ativo decisivo para as vitórias, tal como aconteceu no passado. Trazer ao debate das ideias e ao esclarecimento e combate político os militantes que, por razões que agora não interessa discutir, se afastaram ou foram afastados, como é o caso de Maria Luís Albuquerque, uma das mulheres com maior capacidade de intervenção que conheci durante o meu tempo de Presidente, e muitos outros.

A história do PSD mostra que a pluralidade de opiniões, no quadro dos valores básicos da social-democracia moderna – liberdade, democracia, dignidade da pessoa humana, solidariedade e justiça social, igualdade de oportunidades e livre iniciativa – é uma força estimulante e enriquecedora do partido.

Todos são necessários para ir ao encontro dos portugueses, ouvir os jovens, explicar as propostas do partido para resolver os problemas do País, fazer do PSD um partido verdadeiramente nacional, atento aos anseios das populações, exercer a nobre tarefa de oposição firme ao governo que vier a ser formado.

É fundamental que o partido fundado por Sá Carneiro se afirme pelo papel reformista que sempre o distinguiu e que tão importante é para que Portugal se aproxime do nível de desenvolvimento médio da União Europeia.

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