vPortugal tem feito esforços significativos para acelerar a inclusão digital e reduzir o fosso que separa as regiões urbanas das menos desenvolvidas do país. Apesar deste investimento, que tem gerado resultados mais visíveis nas camadas mais seniores da população, há um importante trabalho a fazer e que nos convoca a todos, entidades públicas e privadas.

Sabemos hoje que 23% da população portuguesa nunca utilizou a internet, uma estatística que contrasta os 2% verificados na Dinamarca e Noruega, e que se afasta dos 11% que constitui a média do conjunto da União Europeia (UE).

Sabemos também que mesmo a percentagem dos que utilizam a internet, pelo menos uma vez por semana, fica ligeiramente abaixo da média do conjunto da UE (71% versus 81%), e que menos de metade destes utilizadores realizaram compras online nos últimos três meses. Estes dados são, em parte, justificados por sermos um dos países mais envelhecidos da UE. De facto, 97% dos utilizadores frequentes de internet são pessoas com idades compreendidas entre os 16 e os 24 anos.

Mas por que é importante aumentar as competências digitais dos portugueses e caminhar para sociedades mais digitais?

A adoção digital permite o acesso dos consumidores e clientes a um leque quase infinito e variado de serviços e produtos, a preços mais baixos, disponíveis a qualquer hora do dia, com múltiplas possibilidades de entrega e à distância de apenas alguns cliques. Isto é possível porque as microempresas, PME e grandes empresas passam a ter à sua disposição um conjunto crítico de recursos e canais eficazes para gerar negócio e receita. As vantagens são inegáveis para ambos, consumidores e empresas.

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Apesar de Portugal registar uma tendência de crescimento de compras online, continua atrás da média da UE. De forma consistente, é também na faixa etária mais sénior que se verifica a mais fraca penetração do comércio digital, devendo os esforços de inclusão digital serem canalizados para este público.

Quanto à integração das tecnologias digitais por parte das empresas, o cenário é diferente. Portugal apresenta uma pontuação global superior à média, ocupando o 11º lugar na União Europeia neste ranking. Fruto dos progressos observados na utilização de serviços online por parte das empresas ao longo do ano passado, a proporção de grandes empresas e de PME que realizam vendas online é agora mais elevada do que o conjunto de países da UE.

As PME e as microempresas portuguesas (com menos de 10 trabalhadores) estão, contudo, mais atrasadas na adoção digital do que as empresas de maior dimensão. Em 2016, apenas 32% das microempresas em Portugal tinham alguma forma de presença online e menos de 10% fizeram negócios online. Isto é muito relevante, uma vez que as microempresas representam 41% do emprego e 24% do valor acrescentado em Portugal (em comparação com os 30% e 21% para o conjunto da UE).

Programas fomentados por movimentos como o MUDA, do qual a Deloitte e um conjunto de outras entidades nacionais fazem parte, assumem grande importância na promoção da inclusão digital. Ao trabalharem de perto com a sua base de clientes, principalmente junto dos segmentos mais infoexcluídos, criando incentivos necessários para inverter esta situação, estão a contribuir de forma decisiva para a redução da taxa de infoexclusão, por um lado, e para a adoção de soluções digitais mais avançadas, por outro lado. Desta forma, conseguiremos tornar Portugal Digital by Default.