Foi na passada segunda-feira que o Partido Socialista completou 48 anos. E, à partida, uma pessoa podia perguntar-se “Eh pá, e agora? O que é que eu vou oferecer ao PS? O PS já tem o governo, já tem o Presidente, já tem a Justiça, já tem o Banco de Portugal… O PS já tem tudo!” Quando tal sucede com um filho adolescente, há uma opção óbvia. Dá-se dinheiro ao jovem e ele compra algo do seu gosto. O que redunda na aquisição de roupa com péssimo aspecto, ou de um bilhete para um concerto com péssima música, ou de uma péssima capa para o telemóvel, ou de outra coisa péssima que o valha.

Mas o PS criou uma solução ainda mais prática para responder a este clássico dilema. Por via da prestimosa actuação de sucessivos governos socialistas, não temos, sequer, de pensar o que oferecer ao Partido Socialista. Os nossos bolsos são prévia e pontualmente esvaziados pela Autoridade Tributária, de molde a que o PS vá tomando posse de tudo o que necessita, à medida que necessita. Poupando-nos, desta forma, a preocupação de ter de decidir com que presentear o partido sempre que chega esta data festiva. E com sorte sobram-nos uns trocos para comprar umas SuperGorila, ou umas gomas, ou assim. Bom, se forem gomas e se, por acaso, pretendermos comê-las ao ar livre, torna-se impreterível pedir um empréstimo bancário. Para pagar a coima. Mas nada que não se resolva, atenção. Talvez até com direito a moratória.

Aos 48 anos é evidente que também toca ao Partido Socialista a típica crise da meia-idade. Aliás, não é à toa que, hoje mais do que nunca, como deixa evidente a sua deriva para a extrema-esquerda, o PS faz tudo para se parecer com o jovem Bloco de Esquerda. Jovem BE que, por sua vez, apesar de contar já 22 anos, continua a ter uma idade mental de 13. O que não surpreende pois, para estes progressistas, agora a adolescência vai até aos 24 anos. Isto da última vez que confirmei. Neste momento, calhando, já está para aí nos 30. E em breve irá, sem dúvida, até à cova. É a maneira mais simples de justificar uma vida inteirinha sem um único raciocínio digno de gente crescida para amostra.

Embora tenha sido o PS a fazer anos, quem continua encantado a brincar com o kit de transportes que lhe ofereceram com a pasta de ministro das Infra-estruturas é Pedro Nuno Santos. Depois de vários meses a brincar aos aviões, com a TAP, o ministro voltou agora a brincar aos comboios. É um interesse re-descoberto, uma vez que o Pedro Nuno tinha perdido um bocado o entusiasmo com a ferrovia após aquela compra, o ano passado, de sucata circulante aos espanhóis, com que, ainda assim, ensinou “outros países a fazer bons negócios”. Agora, os comboios estão outra vez na berlinda. Na apresentação do Plano Ferroviário Nacional, Pedro Nuno Santos afiançou que “o automóvel é um dos maiores símbolos da sociedade hiper individualista em que vivemos. O comboio é o símbolo de uma vida em comunidade.” Pois é. Por isso é que, desde que vendeu o hiper individualista Porsche em que se deslocava, Pedro Nuno Santos anda sempre ao volante de um MAN articulado de 59 lugares. Precisamente para servir todos os elementos da comunidade, nomeadamente os que necessitam de uma boleia. E isto é só enquanto não acaba de tirar a carta de maquinista da CP. Acho que até já tem exame de condução marcado e tudo.

Ou seja, Pedro Nuno Santos identificou, não apenas, que a nossa sociedade é hiper individualista, mas que você, caro leitor, é um dos principais culpados disso, seu… seu… seu proprietário de um veículo automóvel. Assim sendo, Pedro Nuno Santos tudo fará para que o caro leitor deixe de conseguir utilizar o seu carro quando bem lhe apetecer, seu… seu… seu utilizador de um veículo automóvel. Diga, diga, caro leitor. Não pediu a Pedro Nuno Santos nenhum sermão sobre moral e bons costumes? Como? O Pedro Nuno Santos é o quê? E pode ir meter este tipo de prédica moralista onde? Desculpe, não percebi. Ah, afinal tinha percebido. Era mesmo no… Eh pá, isso também já acho um bocadinho desagradável, caro leitor.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR