Habituamo-nos a ver e a ter respeito pelas instituições, particularmente por aquelas que são/foram (?) referenciais, nomeadamente, para o caso, a Direcção-Geral da Saúde (DGS). No âmbito político, a Presidência da República merece também esta distinção, assim como os tribunais, por estarem, ou parecerem estar, acima de interesses menores, mundanos e de oportunismo à custa do protagonismo mediático e efémero, muitas vezes político.

É certo que as instituições, só por si, não são nada mais que edifícios, casas, mobiliário e computadores. A grande essência das instituições são as pessoas! São as pessoas que fazem os lugares e constroem ou destroem as instituições. Há pessoas que trazem os seus valores e vão valorizando e dignificando as instituições. Outras servem-se precisamente das instituições para seu uso pessoal!

Temo que, tudo o que se passou e está a passar com a Covid-19 já tenha descredibilizado a DGS e continue a considerá-la uma instituição mais política do que técnica e cujas decisões deveriam apenas sustentar-se na evidência e conhecimentos científicos. Parece-nos que muito do que se tem passado é por conveniência, ou ao sabor do poder governante e dominante das esquerdas. É dramático ver a senhora Directora-Geral, Drª. Graça Freitas, dizer, desdizer-se e voltar a desdizer-se sobre o mesmo assunto, entre o saber científico e o seu não saber político, usada ao belo prazer de “interesses”. Porventura, este Governo “usa-a” em favor da sua sobrevivência política, com cedências e condutas pouco exemplares para a decência, seriedade e interesse nacional?

Temos casos gritantes nesta DGS com a Covid-19: desde o início, e pelas palavras da Drª. Graça Freitas, dizia-se que esta infecção nunca chegaria a Portugal. Depois seguiu-se a novela sobre o uso das máscaras, as visitas aos lares. Por último, as contradições sobre as regras da Festa do Avante, dos outros festivais, dos jogos de futebol, as regras para o início das aulas, colmatando com o reconhecimento de que a DGS não trata muita da informação que lhe chega, sobre a Covid-19, etc… São inúmeros, os exemplos deste percurso errático.

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No caso da Justiça, na sequência da Operação LEX, não será verosímil levantar dúvidas sobre milhares de acórdãos? Parece-me lícito que agora se ponha em dúvida se os acórdãos elaborados e proferidos pelos juízes Rui Rangel e Fátima Galante, tenham sido “mesmo justos”. E no caso de não terem sido “justos”, devido à possível implicação de favores e corrupção envolvida, que podem fazer agora os “lesados”? Outra dúvida mais abrangente se coloca obrigatoriamente – tendo como assente, sempre, que “a árvore não faz a floresta”: haverá mais casos destes, ocultos, na Justiça?

E que respeito merece um ministro que compra carruagens em sucata à “Renfe Espanhola”, dizendo que foi um bom negócio, mas que afinal, as ditas composições estão cheias de “amianto” e que para as tornar utilizáveis é preciso removê-lo e reformular as ditas carruagens? Isto é um bom negócio? E depois de removido o “amianto” e reformuladas, qual o preço final, real, das ditas carruagens? A quem querem enganar?

Temos uma Presidência da República, à custa do seu actual “inquilino”, vulgarizada, com uma imagem gasta, “embrulhada” em selfies, abraços e beijinhos, enganadora quanto à proximidade com o povo e a célebre frase oca: “deve averiguar-se até ao fim”! Com esta frase, adiam-se os problemas, dilatando no tempo decisões que, se percorrerem os corredores da Justiça, darão origem a qualquer sentença, de culpa ou absolvição, que será sempre injusta, pela falta de celeridade.

E o que dizer da nomeação do Presidente do Tribunal de Contas, o juiz José Tavares? Por onde vai passar o nome do “Tribunal de Contas”? Será que é “exemplar” esta postura do Presidente da República e do Primeiro-Ministro nesta nomeação apressada do novo presidente do Tribunal de Contas? Deve esta instituição, com a importância que tem no Estado português, passar por toda esta suspeita? A imprensa (independente) tem noticiado, e bem, todas as relações de proximidade do juiz agora nomeado com o Governo de Sócrates e do que implicou de prejuízos para o Estado, pago por todos os contribuintes portugueses. Será esta polémica salutar para a credibilidade deste tribunal, dentro e fora de Portugal?

Para o bem de Portugal, das instituições e da confiança que os cidadãos precisam de ter nas instituições, urge uma mudança de conduta e de protagonistas!