Já a velhinha e deveras iluminada “Geração de 70”, inspirada por ideais franceses de então, as frequentava em forma de tertúlia, proliferando a imperativa troca de ideias, políticas e menos políticas, num clima um tanto ao quanto paradoxal daquele que se vivia no restante Portugal monárquico. As tascas de Coimbra confundem-se com a “Questão Coimbrã”, com valores culturais e tradicionais que fazem desta cidade um bastião de costumes académicos complicados de serem igualados.

No decorrer desta semana que agora finda, o emblemático “Moelas” recebeu a distinção, por parte do Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra, de Tasca de Interesse Académico. Um presente natalício antecipado a quem sempre se prontificou, e bem tratou, a glamorosa massa estudantil de tão nobre Universidade. A conviver durante décadas com a magia da Sé Velha e com a formosura que entra e sai da Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação (quem nunca se apaixonou por nenhuma das meninas que por lá estuda que arremesse a primeira pedra), o “Moelas” sempre foi um local boémio, enaltecido pelo controlo exigido no debate de “coisas” que urgem ser debatidas. Foi assim durante anos, com um ou outro excesso da praxe, fruto, só e apenas, de uma anterior refeição menos consistente, à base de bifinhos com cogumelos ou carne de porco à alentejana: um cardápio gastronómico intemporal em jantares de curso académicos.

Pela Alta coimbrã surgem, ainda, nomes que nos fazem deslocar no tempo, que nos fazem evocar uma saudades sentida pelos milhares que por lá estudam ou estudaram. O “Pintos”, o “Couraça”, o “Garcia”, o malogrado “Pratas”, entre outros, são lugares encantadores que permanecerão no imaginário de cada um que os frequentou. Como um dia alguém afirmou: “Uma vez para Coimbra, para sempre saudade!”

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