Os movimentos feminista e lgbt (o t é de trans) têm vindo a repudiar qualquer ideia de papéis femininos, para a mulher, e de papéis masculinos, para o homem. Para isso, precisam desconstrui-los desde a mais tenra idade. Assim, a escola foi tomada de assalto por ambos os movimentos sociopolíticos e transformada num laboratório de experiências sociais, que incute nas mentes mais frágeis – nas crianças – que o sexo com que nasceram (a sua natureza e a sua biologia) podem transformar-se naquilo que elas quiserem, ou melhor, naquilo que elas auto-determinarem ser a sua própria identidade, mediante os mais diversos tipos de experiências sexuais.

De acordo com o Referencial de Educação para a Saúde (designação absolutamente enganosa), que adoptou os princípios do Yogyakarta: “A identidade é a impressão digital do nosso ser, estar e devir. Crescer é poder ser-se cada vez mais quem se é. […] A identidade de género é a experiência interna e individual de género profundamente sentida por cada pessoa que pode, ou não, corresponder às expectativas sociais.»

Eu sei que a linguagem confunde e é esse o propósito, mas, se trocar a palavra “género” por “sexo” entenderá melhor o que o referencial propõe. Se ainda tiver dúvidas, pode sempre consultar o site de “Cidadania e Desenvolvimento Domínios1, clicar em “Sexualidade”,2 procurar “Identidade e Género3 e descer o cursor até encontrar o bonequinho confuso. Depois, se quiser perceber melhor como se confundem as crianças nas escolas, desça o cursor mais um bocadinho e clique em “Aceda a mais recursos aqui”, procure “Identidade e Género” e clique no “Vídeo 4. Identidade de Género – Significado de cisgénero e transgénero4.

Fazendo isso, rapidamente perceberá que as preferências sexuais e a ideologia trans, não a realidade e a natureza de cada um, passam a ser o caminho para as crianças formarem a sua própria identidade. Assim, até saberem quem são, ou seja, até escolherem identificar-se com uma das muitas letras da sigla lgbtqiap+, fazerem parte da comunidade da bandeira colorida, e terem feito sexo com tudo e com todos, são folhas em branco, despidas de identidade, convencidas de que uma mulher pode ser um homem e que um homem pode ser uma mulher, e que o seu sexo biológico, constatado (não atribuído) à nascença, não significa absolutamente nada e é perfeitamente descartável.

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Mas, não são só as muitas associações de activistas “lgebetês” que promovem a confusão sexual nas escolas. É hora de olhar para o movimento feminista como aquilo que realmente é: «um projecto de transformação radical da sociedade no seu conjunto.» E não sou eu – mulher, cristã, esposa, mãe e conservadora – que o afirmo, mas sim Beatriz Preciado, que agora se identifica como Juan Beatriz Preciado, uma das mais influentes filósofas do mundo, comissária de arte e referência da teoria queer e dos estudos de género, autodenominada “dissidente do sistema sexo-género”, que, nos seus livros e nesta entrevista5, «revela processos de construção política que levaram à cristalização de certas noções que hoje entendemos como naturais. Por exemplo, se género ou homossexualidade fossem naturais», afirma a filósofa queer, «não poderíamos opor-nos a elas, do mesmo modo que não podemos opor-nos à gravidade.»

Entenda: Beatriz Preciado, uma mulher, que hoje diz ser Juan, um homem – que se apresenta de cabelo curtinho, bigode e travestida com um “estereótipo imposto pelo patriarcado machista opressor” que tão ferozmente combate – e que revela toda a sua confusão mental ao declarar-se «mulher, lésbica, hetero, gay… Tudo e nada ao mesmo tempo» – afirma claramente que a homossexualidade não é natural, e isso não parece revoltar os Lgebetês e despertar o ódio do movimento. Quando me lembro que bastou um artigo6, aqui no Observador, para suscitar o verdadeiro discurso de ódio nos “tolerantes” do costume.

Preciado, também afirma que «os escritos científicos» – que afirmam que um homem e uma mulher são diferentes, que macho e fêmea não são iguais e que a sexualidade é binária – «devem ser postos em causa».

Segundo ela, e aqui eu concordo, «o corpo trans põe em cheque noções como a nação, os tribunais, a família, os centros de detenção ou a psiquiatria. O trans é um acto político. Nos últimos 50 anos, o feminismo foi praticado por «grupos de lésbicas». Existe um «feminismo negro, de políticas transexuais e das profissionais do sexo».

Beatriz, propõe «transformar, cultural e politicamente, todas as instituições, da escola, do espaço doméstico ou dos espaços de reprodução» e diz que os seus cartazes para o 8 de Maio seriam: «um que vi em Paris, que uma menina de 12 anos segurava e me pareceu lindo: “Salve o clitóris do planeta”» e «outro sobre a promoção do sexo anal e o vibrador como estratégia para salvar o planeta “vamos parar a reprodução”.»

Parar a reprodução não significa acabar com a espécie humana?

É por estas e por outras que a narrativa das alterações climáticas e a exigência de que todos os estudos científicos que a contrariam sejam censurados,7 não me convence. «A promoção do sexo anal e o vibrador como estratégia para salvar o planeta»? A sério? Demência.

É hora dos pais. É hora de todos nós, como sociedade, nos levantarmos em defesa da verdade e da própria existência. É hora de resgatar a educação dos nossos filhos e de lhes explicar que ser do sexo feminino, ou masculino, não é um acidente biológico nem obra do acaso. Que Deus, para aqueles que crêem no que eu creio, teve uma intenção muito clara ao criar o homem e a mulher e que o Seu desejo é que cada um de nós descubra, abrace e usufrua da beleza e design maravilhosos que Ele criou. Deus, quer que homens e mulheres se deliciem com quem são de facto e não com propostas mentirosas, que filósofos confusos, activistas radicalizados e políticas obscuras nos impõem.

E, para aqueles que não acreditam em Deus, que crêem na teoria da evolução, é hora de apresentar aos vossos filhos a visão que consideram científica. Por exemplo, neste vídeo8, a partir do minuto 25:35, Anne Campbell, renomada psicóloga evolucionista da Universidade de Durham, em Inglaterra, fala sobre aquilo que é óbvio:

«… dada a função reprodutiva das mulheres, nada mais natural do ponto de vista evolutivo do que haver um mecanismo psicológico que torne essas tarefas particularmente prazerosas para as mulheres. Elevada propensão para a empatia, e a tendência para evitar situações de confronto físico, procurar a inclusão social e ser agradável para o grupo, entre outras, seriam características favorecedoras de condições que permitiriam às mulheres levar a cabo, com sucesso, a sua função reprodutiva e de deixar descendência. […] se existem diferenças físicas como seios, e vagina nas mulheres, testículos e pénis nos homens, onde é que essas diferenças se originam e o que é que as coordena?»

Resposta: O cérebro humano, diferente entre os sexos, tal como as diferenças que coordena e alimenta.

À luz da ciência moderna, da verdadeira ciência, claro, há evidências esmagadoras que mostram diferenças entre os cérebros de homens e mulheres, potenciadas pelas hormonas. Não faltam estudos disponíveis para quem quiser dar-se ao trabalho de os consultar. Recomendo este,9 de dois investigadores da Rockefeller University em Nova Iorque.

Claro que, no fim do documentário, apesar de todas as evidências apresentadas pelos mais renomados cientistas, Catherine Egeland, outra activista do género, afirma: «Eu penso que as ciências sociais devem contestar o pensamento que vê as diferenças entre os seres humanos como biológicas.»

Contestar a ciência? A verdadeira ciência? É esse o objectivo das ditas “ciências sociais” e dos seus intelectuais? Sim.

Isto não mostra claramente que a ideologia se sobrepõe às conclusões científicas e não admite quaisquer evidências que a contrariem? Sim.

Surpreendido? Não esteja. Afinal, quem defende ideologias promovidas por pessoas que promovem «o sexo anal e o vibrador como estratégia para salvar o planeta», acredita em tudo e no seu contrário.

É hora de combater estas ideologias. É hora de proteger as crianças e a família. É hora de salvar o Planeta.