Coesão, justiça social, igualdade, inclusão são conceitos e valores que podemos e devemos invocar no discurso político, mas que de nada servem se não tiverem expressão prática no domínio das respostas efetivas que são garantidas às pessoas. De que serve a alguém ouvir que reside num concelho que promove a coesão social e não conseguir vaga para colocar o pai ou a mãe num lar, digno, por valores que sejam suportados pelo rendimento familiar? De que serve publicitar que um concelho tem a mais alta taxa de natalidade e depois um casal ter de abdicar de quase um vencimento para conseguir colocar o(a) filho(a) numa creche? De que serve ter sido “Cidade Europeia do Desporto” e não ter equipamentos e condições favoráveis para a prática desportiva acessível a pessoas de todas as idades e rendimentos? De que serve a um casal, que trabalha, ouvir que a autarquia reforçou o apoio social e não conseguir arrendar ou comprar uma casa?

Para que serve apregoar coesão territorial e em Odivelas centenas de pessoas continuarem a viver em barracas? A lista de interrogações podia continuar….

As autarquias, e em particular as câmaras municipais, podem ser agentes decisivos e fazer a diferença na vida das pessoas, dando respostas efetivas aos problemas e preocupações que as afligem. Temos presente que para respostas estruturais e abrangentes é fundamental o envolvimento da administração central (que não pode fugir às suas exclusivas responsabilidades), dos agentes económicos e da rede social.

Reconhecemos a notável capacidade de intervenção das instituições que integram a rede social de Odivelas. Instituições capazes de chegar de forma mais rápida, eficiente e eficaz às populações, porque conhecem os seus problemas e conseguem agilizar respostas. Da Segurança Social, que tutela as respostas sociais, que estas instituições asseguram, esperam-se respostas céleres na aprovação de acordos, no cumprimento das suas responsabilidades financeiras, proximidade e flexibilidade no acompanhamento técnico das instituições. Da Câmara Municipal espera-se apoio financeiro efetivo e expressivo, e disponibilidade permanente para procurar soluções e mobilizar recursos. Com o espírito conformista, pouco exigente, satisfeito com a gestão de rotina de apoios à gestão corrente das instituições, que tem sido apanágio da gestão camarária socialista, no concelho de Odivelas, não é possível dotar o território com equipamentos e respostas sociais que exigem avultados investimentos.

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Portugal tem um problema de baixos salários e de baixos rendimentos. O concelho de Odivelas, está entre os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa onde o rendimento per capita é mais baixo. Quase metade das crianças do concelho em idade escolar beneficia de ação social escolar. Estes são indicadores que revelam vidas difíceis de contas familiares apertadas, vidas de privação, de sofrimento e de incerteza.

A Câmara Municipal tem competências próprias e orçamento que lhe permitem fomentar as respostas e os equipamentos decisivos na mudança de vida das pessoas.

A Câmara Municipal pode, se quiser, contribuir para a felicidade das pessoas que escolheram viver em Odivelas. É esse o nosso real compromisso para com os munícipes de Odivelas.