O Orçamento do Estado é sempre um exercício de previsão. No atual contexto, em que vivemos uma segunda vaga da pandemia covid-19, o orçamento é elaborado num contexto de enorme incerteza. A evolução da economia vai depender da evolução da pandemia. E a evolução da pandemia, até ao surgimento da vacina, é imprevisível. Vários países europeus, como a vizinha Espanha, estão a repor medidas de confinamento em grandes cidades.
O primeiro-ministro tem declarado, e a meu ver bem, que os custos sociais e económicos de um novo confinamento seriam insuportáveis. Todavia, mesmo sem novo confinamento, o aumento de casos positivos de covid-19, como tem acontecido nas últimas semanas, pode ter um efeito muito negativo sobre a atividade económica. O prolongamento da crise e a recuperação da economia estão assim rodeadas de grande incerteza.
Ainda sem a vacina, em 2021, as economias vão continuar a sofrer um duplo choque, da oferta e da procura. As medidas de quarentena e de isolamento profilático vão afetar uma parte significativa dos trabalhadores e limitar a capacidade produtiva das empresas. Por outro lado, o distanciamento social e o medo de contágio, associados à perda de rendimento e à incerteza, vão continuar a condicionar o consumo das famílias. Com capacidade produtiva disponível as empresas também serão contidas nas suas decisões de investimento.
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