O maior processo de investigação de pedofilia ocorrido em Portugal foi liderado pela coragem de uma católica, devota e praticante chamada Catalina Pestana e a recente iniciativa de investigar os casos de pedofilia no seio da Igreja em Portugal foi liderada pelo Papa Francisco.

É engraçado ver comentadores e políticos a esquecerem-se da coragem destes dois católicos.

As figuras “famosas” da nossa república sabem ser “treinadores” na bancada mesmo quando estão rodeados de instituições esotéricas bem mais conservadoras na sua masculinidade do que a Igreja e muito mais progressistas na sua forma de realizar “concordatas” com o Estado.

Os católicos que entraram em campo em defesa das crianças foram Catalina Pestana, pertencente ao “grupo católico da capela do Rato” em 1974, e o Papa Francisco, representante de S.Pedro, dando a cara, apesar de ambos verem a Igreja como mãe e terem a sua fé profunda em Cristo.

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Não omitiram abusos, assumindo uma história de episódios sórdidos nas instituições que defenderam e defendem, mesmo que fossem abusos antigos e não do seu tempo de “mandato”.

Apontar-lhes o dedo com ameaças é tão fácil. Olhar para a casa que é de todos e que se chama “Estado”, ou para a “sociedade civil”, investigando os abusos, dando a cara na comunicação social é que se torna mais difícil para o simples “republicano” que se fica pelo comentário… e totalmente indiferente aos abusos de pedófilos estrangeiros em Portugal ou aos abusos sexuais das crianças à guarda do Estado português.

É para esta situação de hipocrisia que penso que Felicia Cabrita, a jornalista que mais investigou a pedofilia em Portugal, chama a atenção na sua última entrevista à revista Máxima.

O ataque jacobino feito à Igreja é em alguns sectores da sociedade portuguesa uma “revange” secular, de uma tensão que se digladia em Portugal entre dois diferentes campos políticos que cada vez mais se extremam.

Espero pois que, um dia, estes comentadores “republicanos” tenham também a coragem dos católicos Catalina e Francisco, nesta república que é de todos. Será? Duvido…