Conheci e trabalhei com Dom Daniel na freguesia da Cruz Quebrada-Dafundo durante o mesmo período em que fui presidente de junta daquela terra, que promovi a Vila e a qual me viu crescer desde criança.

Foi neste mês de Novembro que recebi com grande tristeza, a notícia de que este amigo teria falecido devido a doença prolongada.

Uma perda inestimável para a Igreja, para os leigos e para as comunidades por onde passou. O trabalho social que este clérigo desempenhou, não só como “pastor” de uma comunidade católica mas também todo o trabalho que desenvolveu como agente vivo da sociedade, foi um exemplo de quem tem um coração cheio de bondade, raro de encontrar nos dias que correm .

Dono de um estilo “discreto”, não se fazia notar mas era ele que viabilizava projetos que seriam difíceis de executar sem a cedência de uma “carrinha” da paróquia para transportar alimentos para quem tinha fome, de uma sala para reunir a “comissão social” para resolver casos de emergência social ou de uma palavra de conforto para com os cidadãos mais carenciados ou mais carentes de companhia.

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Todos os pedidos que lhe eram feitos em termos de “colaboração cívica” com a sociedade, fosse com a autarquia, fosse com as coletividades ou mesmo com outras religiões, como assisti uma vez, eram energicamente respondidos de forma afirmativa.

Um certo dia tratámos de fazer uma “lona” em conjunto para desejar “Bom Natal” aos fregueses. Não posso esquecer o seu sorriso simpático e a afirmação que fez no momento, quando me disse “é um gosto trabalhar em equipa como se faz nesta freguesia”.

Como crente que sou, acredito que este Bom Homem é exemplo de uma Igreja que respira futuro, sem barreiras em relação à diferença.

D. Daniel Henriques é a face dos Homens que nos dias de hoje agem no terreno, cara a cara com quem sofre.

Não são estes Homens que fazem as manchetes de jornais, mas podem crer que são muitos. Basta querer conhecê-los e às suas obras.