Esta semana os Conselhos Nacionais do PSD e do CDS irão decidir se haverá uma coligação para as próximas eleições. Foram meses de disputa nos tradicionais partidos do centro-direita. Foi tempo de discordar e de tomar posição. De clarificar internamente qual era a melhor estratégia para servir Portugal. Esse tempo passou. Surge agora um novo tempo. O tempo de agregar, de unir o centro e a direita num projecto político comum, responsável e realista, mobilizador e reformista. Um projecto que anime verdadeiramente o povo. Que traga de novo a esperança na política e nos políticos que há muito deixou de existir.

A pergunta tem de ser: nesta fase, o que é que pode contribuir para resgatar Portugal da esquerda socialista e radical, do empobrecimento suave e progressivo, da estagnação económica e social? O que se pode fazer para conseguir isso, sem que tal signifique a descaracterização dos nossos partidos, mas antes mobilize os nossos e conquiste os que nunca votaram em nós? Como podemos, de forma eficaz, agregar e galvanizar a direita e o centro? Sobretudo, como podemos recuperar as centenas de milhares de votos que desistiram da política e fugiram para a abstenção?

A solução fundamental parece-nos ser uma coligação entre o PSD e o CDS. São várias as razões que poderíamos apontar, mas destacaríamos as seguintes:

  1. Dar esperança de vitória – tal como aconteceu nas autárquicas, nomeadamente em Lisboa e por mais que as sondagens sugerissem o contrário, as pessoas que queriam uma mudança optaram por votar útil na única candidatura capaz de derrotar o socialismo. No caso das legislativas, a distribuição por diferentes círculos eleitorais beneficia ainda mais uma coligação, representando só por si e sem mais votos um acréscimo de aproximadamente 5% no número de deputados, o que poderá fazer toda a diferença para alcançar uma maioria.
  2. Preparar o futuro em conjunto – a campanha servirá para aproximar e para que se conheçam melhor quem no futuro irá trabalhar em conjunto. Tanto o PSD, como o CDS mudaram de protagonistas desde o último Governo da coligação e estes meses serão importantes para criar um espírito de equipa virtuoso para a formação do próximo Governo.
  3. Viabilizar o futuro do CDS – o CDS é um partido muito relevante para a lógica de alternância democrática do país. Sempre foi um partido que conveio ao PSD. Fazia o discurso que muitas vezes fazia sentido ao PSD, mas que não lhe convinha fazer por pragmatismo político. Neste momento, com o surgimento de dois novos partidos na direita portuguesa, o Chega e a IL, que concorrem com o CDS pelo mesmo eleitorado, este vê, por um conjunto de diferentes razões, o seu futuro ameaçado. Apesar de tudo, acreditamos que o CDS vale mais do que as sondagens indicam (o que é habitual neste partido) e os seus militantes e simpatizantes estarão particularmente mobilizados, aliás como se viu nas últimas autárquicas, porque sentem o risco que existe.
  4. Evitar a divisão – é muito mais o que une o PSD e o CDS do que o que os separa, mas a haver debates e campanha sozinhos necessariamente teriam que chamar a atenção para o que os divide, o que deixaria marcas para quando tiverem que juntar forças. Além de que não nos permitiria focar na denúncia dos incontáveis erros da desgovernação socialista.
  5. Contrariar o Bloco Central – o PSD, sem o CDS, estará mais propenso a deixar-se alinhar na armadilha do bloco central, que não serve os interesses do país, abrindo espaço para radicalismos.

Parece-nos, por todas estas razões, que o primeiro passo para uma grande vitória do centro e da direita portuguesa deverá ser a formalização de uma coligação entre o PSD e o CDS, os dois partidos históricos da direita portuguesa. Uma coligação aberta a todos os que queiram afastar os socialistas do poder e começar, de uma vez por todas, a trabalhar nas reformas que o país reclama.

Sabemos que os portugueses merecem um Governo muito melhor. Não estamos condenados ao miserabilismo nos salários; não estamos condenados a uma sociedade estagnada, cinzentista e sem criatividade; não estamos condenados a ter um Estado desrespeitador, esmagador e corrompido para satisfazer as clientelas. A luta contra a corrupção, contra o socialismo, contra a estagnação económico-social começa no centro-direita. Cabe ao PSD e ao CDS estarem à altura do desafio e coligarem-se, para assim poderem virar a página do socialismo e iniciarem um novo capítulo, o capítulo da liberdade, do crescimento e da esperança.

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