A revolução digital está a acontecer em Portugal e pode ser testemunhada todos os dias nas empresas, nas escolas e universidades, nos organismos públicos e, claro, nas nossas casas. Graças ao investimento realizado as redes móveis e em fibra ótica, Portugal tem hoje uma infraestrutura ímpar de comunicações digitais.  Por outro lado, na última década podemos identificar uma vaga importante de digitalização da administração pública e da sua relação com os cidadãos, bem como uma revolução equivalente na relação entre as empresas e os consumidores. Não deixa pois de surpreender que Portugal se encontre na 16ª posição, abaixo da média europeia, no estudo realizado anualmente pela Comissão Europeia sobre a digitalização dos países da UE28 (Digital Economy & Society Index).  Dos 5 indicadores avaliados, Portugal está acima da média em 3 eixos  — “Conectividade”, “Serviços Públicos Digitais” e “Integração das Tecnologias Digitais” – mas muito abaixo da média no eixo do “Capital Humano” e na “Utilização da Internet”.

Mais de 20% dos portugueses nunca utilizaram a Internet e apenas 30% possuíam competências digitais acima de básicas. Além disso, ainda existem assimetrias regionais profundas em termos de cidadania digital ativa bem como um baixo grau de conhecimento das ferramentas digitais disponíveis e as vantagens da sua utilização em tarefas e necessidades do quotidiano.

No entanto, é em Portugal que se realiza o Websummit, um dos maiores eventos globais de tecnologia e que atrai milhares de especialistas que vêm conhecer as mais recentes novidades do mundo digital; que se desenvolveram inovações tecnológicas tais como o Multibanco ou a Via Verde; onde existe um ecossistema vibrante de startups digitais que já criou vários unicórnios e que é hoje o destino de várias empresas tecnológicas globais.  Esta assimetria nas competências digitais dos trabalhadores portugueses é ainda com um elevado nível de obstáculos quer ao nível da legislação e da regulação que impedem um maior nível de digitalização na relação entre as empresas e o Estado e também com os consumidores.

Com o objetivo de reduzir o número de portugueses que nunca acederam à Internet em Portugal e aumentar o número de portugueses com competências digitais avançadas, foi lançado em 2017, o MUDA – Movimento pela Utilização Digital Ativa, com o apoio de mais de mais de 15 organizações entre grandes empresas, a academia e o Estado Português. Hoje, o MUDA conta com o apoio de mais de 30 organizações que mantém o objetivo de contribuir para um país mais avançado, inclusivo e participativo.

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A falta de conhecimento sobre as vantagens dos serviços digitas é apontada como a principal razão pela qual tantos portugueses ainda não usam a internet ou o fazem de forma básica. Levando isso em consideração, o MUDA implementou no seu primeiro ano de atividades várias iniciativas destinadas a comunicar aos cidadãos as vantagens de como usar a Internet.

Por forma a explicar as vantagens da Internet, o MUDA esteve presente em mais de 30 emissões de programas de grande audiência da TVI, SIC e RTP, dando exemplos concretos de como usar a internet no dia a dia numa linguagem acessível a todos os públicos.  Em outubro de 2018 o MUDA lançou o “MUDA num Minuto” – um programa de TV transmitido diariamente no jornal da manhã do canal público de televisão RTP1 e RTP3 com sugestões de como a vida quotidiana portuguesa pode ser mudada com o uso da internet. O MUDA num Minuto” também está disponível on-line nas redes sociais tais como YouTube, Facebook e Instagram. Foi, entretanto, lançada uma versão para rádio na Antena1 – também em formato diário.

O MUDA lançou ainda um roadshow nacional onde milhares de portugueses tiveram a oportunidade de assistir às aulas sobre as vantagens de como usar a internet; receber suporte personalizado – incluindo uma avaliação da expertise digital e recomendações para o uso de serviços digitais – e experimentar novas tecnologias, como realidade virtual e aumentada. O Roadshow MUDA continua a percorrer todo o país com uma presença muito dinâmica e interativa em parceria com centros comerciais.

Outra iniciativa inovadora do MUDA foi a implementação da rede nacional de jovens voluntários que foram desafiados a ajudar o seu círculo familiar a ser mais ativo digitalmente. Embora o programa seja recente, mais de 700 voluntários já se inscreveram e muito mais é esperado em 2019 com o novo projeto “MUDA na Escola”, um programa que disponibilizará aulas sobre digital para seniores e pessoas com baixos níveis de competências digitais. Esta formação será disponibilizada por jovens voluntários em escolas secundárias, em coordenação com seus professores. A interação entre gerações tem particular significado para a comunidade, sendo este programa um regresso informal dos adultos às salas de aula.  Em breve será lançado o MUDA na Aldeia, um projeto semelhante ao “MUDA NA ESCOLA” mas que terá lugar em pequenas aldeias onde não há Escolas Secundarias e portanto as ações de formação terão lugar em Juntas de Freguesia

Em 2019 foi já lançado o “MUDAR É GANHAR”, um concurso promovido pelo MUDA que vai sortear um Volkswagen T-Roc e mais de 5.000 prémios entre vales de combustível, cultura e tecnologia, cinema, informação e estadias. São 2 prémios por hora durante mais de 3 meses a sortear entre os portugueses que participarem no concurso. E participar é muito fácil basta ser cliente digital ou aderir aos serviços digitais das entidades aderentes, e receber um código de participação por cada serviço de cada empresa. Depois basta ir ao site www.mudareganhar.pt e ver se tem prémio. Quanto mais códigos tiver mais hipótese o consumidor tem de ganhar. As entidades aderentes são empresas que diariamente disponibilizam os seus serviços a milhões de portugueses: Banco BPI, Grupo Crédito Agrícola, CUF, EDP Comercial, Fidelidade, FNAC, Galp, Hospital da Luz, MB WAY, MEO, NOS, OKTeleseguros, Banco Santander, SAPO, Vila Galé Hotéis e Vodafone. Esta será provavelmente a maior campanha com múltiplas empresa alguma vez realizada em Portugal.

O MUDA deu ainda um contributo relevante através do desenvolvimento do Plano de Ação “Digital By Default” assente num conjunto de recomendações para alteração da legislação que permita retirar os obstáculos normativos que impedem um maior nível de desmaterialização na relação entre empresas e consumidores, bem como na relação entre empresas e o Estado. O Plano de Ação “Digital By Default” assenta em três eixos:  Comunicações Eletrónicas “by Default”; Digitalização dos arquivos e Implementação de ID eletrónico comum para o Estado e Empresas – a Chave Móvel Digital.

Segundo o estudo realizado pela GFK, mais de 1 milhão de cidadãos portugueses conhecem o MUDA ou participaram em iniciativas MUDA – incluindo o roadshow, programa TV, publicidade e, é claro, presença nas redes sociais e o site MUDA – onde um Quiz está disponível para avaliar o nível de competências digitais dos cidadãos. Com o concurso MUDAR é Ganhar, muitos mais portugueses irão conhecer o MUDA e tirar partidos das suas iniciativas

O contributo que o MUDA está a dar já a Portugal é inequívoco, mas há ainda um caminho a percorrer e temos que continuar a lutar por um país mais avançado, inclusivo e digitalmente ativo. #PortugalMaisDigital!

Fundador e Diretor Executivo do MUDA