No recente e excelente livro “A Tempestade Mongol” o historiador Morton explica os princípios básicos de sobrevivência nos territórios que os mongóis conquistavam na idade média.

Os mongóis não queriam saber se uma pessoa tinha qualquer mérito, era qualificada para gestão ou sequer sabia desempenhar minimamente a função.  Os mongóis davam cargos de topo no governo ou na administração publica a qualquer um que lhes oferecesse em troca vassalagem e propaganda. Isto além de, claro, lhes oferecer também uma enorme comissão de dinheiro publico e benefícios familiares. Como consequência de tamanha incompetência na gestão e desvio de dinheiros públicos, a vasta maioria da população desses territórios definhava na pobreza e escravidão, enquanto a horda de mongóis e seus nomeados prosperava.  O cronista sírio dessa época Bar Swama usava até o termo bíblico “mammon” para grande riqueza divina. Isto para enfatizar o quanto um qualquer nomeado incompetente juntamente com os seus chefes mongóis podiam lucrar, mais do que se podia sonhar.

Isto acontecia por exemplo no território da atual Turquia. A Turquia é um dos países mais fascinantes do mundo com várias camadas de civilização. A sua capital já vai no terceiro nome. Foi Bizâncio durante a Grécia clássica, Constantinopla para os Romanos do oriente e, depois, no califado otomano. No princípio do século XX, os jovens turcos, reformistas estrangeirados com mundo que tinham alem de qualificações várias profissões fora da política, fizeram uma revolução que fez cair a monarquia Otomana, após a qual a capital veio a chamar-se Istambul. Tudo isto é maravilhosamente bem explicado pela historiadora Bethany Hugues

Por razões inexplicáveis (como muitas das suas contas), em Portugal um grupo de quatro ex-jovens vindos da juventude socialista então fervorosamente apoiantes de José Sócrates ou nomeados por Sócrates para a república, sem qualificações de monta, nem experiência profissional significativa no privado, dependentes da política, não reformistas, e pouco ou nada estrangeirados resolveram auto designarem-se de jovens turcos.  Estamos a falar de João Galamba (este esteve em Londres, mas foi incapaz de lá acabar o curso), Pedro Nuno Santos, Delgado Alves e Duarte Cordeiro. Tais ex-jovens socialistas nunca fizeram nenhuma revolução nem corte com o passado monárquico socialista.  Sempre apoiaram a continuidade e imobilidade sem nenhuma ideia inovadora. Em 2015, juntaram-se ao imobilista António Costa no golpe contra o honesto e reformista António José Seguro. Isto para nos condenarem a mais sete anos dos mesmos vícios e corte do califado socrático, que já nos tinham levado e continuam a levar a últimos da Europa em dívida e rendimentos, mas primeiros em refugiados económicos emigrados.

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Em contrapartida e como recompensa, Costa, vai fazendo-os a todos ministros sucessivamente apesar de resultados sucessivos desastrosos nas contas públicas. Claramente, agradam aos sultões Sócrates e Costa. Não são jovens turcos como os da Turquia eram. Não promovem disrupção nem mudanças.

Outra hipótese alternativa seria que a designação destes ministeriáveis socialistas viria de uma conhecida cancão de Rod Stewart intitulada, precisamente, “jovens turcos”, publicada por volta da altura em que estes quatro socialistas nasceram. Esta fala-nos de um casal de jovens que abandonaram as casas dos pais em adolescentes para cortarem com o passado e viverem rapidamente e de coração livre. Ora alguns destes nossos supostos jovens turcos socialistas já têm quase 50 anos e só agora é que um deles, Pedro Nuno, abandonou uma posição ministerial, a contragosto e depois de mais um escândalo financeiro na TAP. No entanto, logo um outro, Galamba, se aninhou na casa ministerial do padrasto Costa, depois de ser deputado devido ao pai político Sócrates. Claramente também não são como os jovens turcos do cantor pop da voz rouca.

Estes quatro homens de meia-idade, jovens turcos ou electrizantes, portanto só se forem nos sonhos húmidos e bajuladores de quem gosta sempre de levar com mais do mesmo. Miguel Prado no Expresso, por exemplo, escreveu um artigo em que Galamba aparece associado ao adjetivo “eletrizante”.  Curiosamente, para quem deve lucrar com as decisões de Galamba e já lucrava com as de Sócrates, não para os contribuintes que pagam nova festa socrática nas renováveis sem nunca terem votado nele especificamente, o João é de confiança…elétrica. Igualmente, Ana Sá Lopes no Público sugeriu que Pedro Nuno daria um excelente primeiro-ministro e quanto mais depressa melhor (para continuar “grandes” investimentos como a TAP ou a bitola ibérica da CP?).

A nossa contraproposta em relação aos propagandistas do status quo de continuarmos a ser dos últimos da Europa é para não usarmos mais o nome jovens turcos. Não é uma designação apropriada para estas 4 estrelas ascendentes que tantos vassalos elogiam irresponsavelmente para continuarem o socratismo e costismo e respectiva pobreza por mais décadas. Em Portugal devia haver mais coragem para mudar e reformar, em vez de só elogiar e nunca ousar criticar. Estas “promessas” socialistas para primeiro-ministro são mais parecidas com os já referidos mongóis que irromperam pela atual Turquia num passado ainda mais distante que o otomano destruindo e saqueando tudo a sua frente e fazendo muitos rastejar e pôr-se de cócoras perante o poder deles, para poderem sobreviver. Tal como os mongóis, para a administração publica nomeiam a família. Qualquer um dos seus vassalos serve para gestor, assessor ou secretário de estado, independentemente do mérito. Alias são declaradamente contra o mérito. Os seus maiores incentivos, ao contrário de toda a lógica de boa governação ou gestão, são para quem não desempenhar nem apresentar bons resultados.

O nome adequado para estes quatro rapazes já quase todos ministros e todos primeiro-ministeriáveis deve passar a ser pois velhos mongóis. Isto porque destroem a nossa economia e fazem negócios inexplicáveis que mais parecem saques mongolianos permanentes aos cofres do estado.  Do Hidrogénio à TAP, passando pela bitola ibérica nos comboios, já vários técnicos (incluindo professores do técnico e empresários de sucesso) descreveram o descontrolo das contas, mas poucos jornalistas querem transmitir tais noticias. O medo dos mongóis na imprensa portuguesa é muito com honrosas exceções como o Observador. Resta saber quem na oposição política portuguesa serão o equivalente dos mamelucos na oposição.  Os mamelucos eram escravos tornados livres que amavam demasiado a liberdade para terem medo e por isso derrotaram os velhos mongóis.