No espírito dos europeus permanece sempre a dúvida sobre o lugar onde reside o verdadeiro poder da União Europeia: nas instituições europeias ou no eixo franco-alemão?
A UE iniciou um novo ciclo com duas mulheres na liderança das suas duas mais importantes instituições: uma alemã, Ursula von der Leyen, preside à Comissão Europeia, e uma francesa, Christine Lagarde, é a governadora do Banco Central Europeu. O eixo franco-alemão, sempre decisivo na evolução da UE, encontra-se pela primeira vez, em simultâneo, na liderança das instituições europeias. Esta liderança pelas duas principais potências económicas poderá tornar mais clara a liderança e a estratégia para a UE. E talvez não haja uma segunda oportunidade.
A UE-28 tem vindo a perder peso na economia mundial. Entre 2000 e 2018, em paridades de poder de compra, o PIB da UE-28 caiu de 24% do PIB mundial em 2000 para 16% em 2018. O domínio económico e tecnológico dos EUA e da Ásia tem vindo a acentuar-se e a UE pode vir a tornar-se ainda menos relevante na economia mundial. A UE poderá perder a ambição de ter uma moeda de reserva internacional. Por outro lado, embora os europeus continentais não gostem de colocar esta hipótese, a verdade é que o Reino Unido pode vir a ser bem-sucedido com a sua saída da EU. Nesse caso, o sucesso do projecto europeu será ainda mais escrutinado.
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