Muitas pessoas consideram que o grande “pano de fundo” destas legislativas é o chumbo do Orçamento do Estado. Dito por outras palavras, a ruína da geringonça. Essa percepção foi notória nos debates.

Mas, tal enquadramento (mera espuma dos dias) ofusca o verdadeiro contexto em que a minha geração se encontra.

Para nós, o pano de fundo destas eleições é a estagnação que o PS trouxe aos jovens. O recente estudo sobre a juventude, feito – com o habitual rigor – pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, mostra, uma vez mais, que vivemos já duas décadas de estagnação. Vejamos: estamos cada vez mais afastados dos nossos vizinhos europeus; temos o quarto salário médio mais baixo da UE; três em cada quatro jovens recebem até 950€ mensais; um terço dos jovens portugueses pensa em emigrar – aliás, já somos o Estado Membro com maior emigração face à população residente; a justiça intergeracional é uma miragem, pois até 2060 haverá menos um milhão de pessoas a descontar; e o elevador social avariou, visto que a “geração mais qualificada de sempre” não se consegue autonomizar antes dos trinta anos (ainda no quadro da União, Portugal é o quinto país onde saímos mais tarde de casa dos pais).

Por que razão estamos assim? Porque o país foi sendo praticamente sempre governado com dois critérios. O primeiro: resolver os problemas dos grupos sociais dominantes (trabalhadores e pensionistas dos 50 anos em diante). O segundo: remendar e transferir para o futuro os problemas cuja resolução prejudicariam os “direitos adquiridos” desses grupos sociais dominantes. Uma espécie de egoísmo misturado com populismo.

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Nestas eleições, o CDS-PP apresenta-se como o único partido que concilia a tradição de pensar no futuro, mesmo que isso implique custos eleitorais, com uma agenda para as novas gerações. Outros fizeram pontualmente o mesmo, mas só quando coligados com o CDS-PP.

Até ao próximo dia 30, os votantes habituais e potenciais do CDS-PP debatem-se com duas perguntas: ainda vale a pena votar no CDS-PP? Vale a pena desta vez votar CDS-PP?

Sim, vale! Pela marca histórica do Partido.

Nos inícios da democracia, estivemos nos governos de recuperação financeira, no apoio aos retornados, no projecto aspiracional da AD, na desmilitarização do regime, na revisão constitucional, na liberdade no ensino, na pluralidade e cooperação de sectores na área da saúde, na desnacionalização de vários sectores não essenciais ou na salvaguarda das forças armadas e de segurança.

É preciso dar futuro a quem tem tanta história!

Sim, vale! Pelo programa eleitoral que apresentamos.

Não foram só feitas de convicção e combatividade as participações do Francisco Rodrigues dos Santos nos debates eleitorais. Quem esteve atento percebeu que o CDS-PP tem densidade, tem ideias e experiência governativa e um compromisso eleitoral correspondente aos nossos valores.

É um programa que “se entranha sem estranhar”.

Sim, vale! Pelos candidatos que nos representam.

Todos pedem aos partidos que mudem. Que se actualizem. Que se revitalizem. Ora, a primeira de todas as mudanças é a renovação legítima de protagonistas. E o CDS-PP fez essa aposta.

O partido apresenta aos eleitores um leque de candidatos, muitos deles jovens, que não permite a crítica vazia de que só se aposta nos mesmos de sempre.

Sim, vale! Pelo pragmatismo do voto.

O valor do voto no CDS-PP em muitos círculos poderá significar eleger um deputado diferenciado e responsável. Comprometido e singular. Vale mais eleger um deputado do CDS-PP por cada círculo do que eleger mais um do PSD, cuja intervenção passará despercebida e poderá favorecer um cenário de bloco central.

Sim, vale! Por aquilo que o CDS-PP representa há 48 anos.

Representa um espaço conservador insubstituível. Um espaço fundamental num país com uma história milenar a ser preservada. Representa os valores da democracia-cristã, essenciais num país onde a pobreza tem aumentado, onde é necessária uma resposta social experimentada e séria. Um espaço igualmente liberal, essencial para a transformação do tecido empresarial, para a evolução económica, potenciando as empresas, motor da economia, transformando-a. E um espaço personalista, que acredita no primado da pessoa humana, cujas legítimas aspirações são a base de toda a acção política.

É, por isso, para mim muito claro que o voto no CDS-PP vale por cinco: por uma história de coragem, por um programa urgente, por caras novas e capazes, pela nossa relevância no Parlamento e pelos valores bem portugueses que connosco sempre conviveram.

No dia 30 de Janeiro, um voto no CDS-PP vale tudo isto. Para os que sempre cá estiveram, vale sobretudo para que não percam a identidade.