No passado Domingo, dia 7 de Dezembro a Iniciativa Liberal realizou a sua 3ª Convenção Nacional que ficou marcada pela eleição do deputado João Cotrim de Figueiredo (JCF) como Presidente, de uma nova Comissão Executiva e de 7 novos Conselheiros Nacionais nos quais me incluo. Esta eleição marca um novo ciclo na Iniciativa Liberal. Depois da saída de Carlos Guimarães Pinto, JCF tem a responsabilidade de liderar o partido tanto no parlamento como fora dele. Após a eleição de um deputado, quem agora lidera o partido tem a fasquia mais alta: mais importante (e mais difícil) do que eleger um deputado é eleger um grupo parlamentar nas próximas eleições legislativas e este é o próximo desafio de JCF e da Comissão Executiva que lidera. Como disse CGP na sua mensagem à Convenção, temos que trabalhar como se o jogo estivesse 0-0 e nada estivesse ganho.
A IL tem focado o seu discurso na componente económica: a “flat tax”, a diminuição de impostos, a privatização de RTP e da Caixa Geral de Depósitos, a proposta de incluir os custos do empregador com o trabalhador no recibo de vencimento deste, o recente projecto-lei para impedir novas injecções de dinheiro público no Fundo de Resolução da banca, são exemplos de algumas destas propostas. A ideia geral é retirar o Estado da economia.
A matriz da Iniciativa Liberal reside na sua oposição ao socialismo: enquanto os socialistas olham para o Estado como a parte central da sociedade e que tudo deve gravitar à sua volta, os liberais acreditam que no centro está o indivíduo e que este deve ser livre de escolher que serviços melhor o servem, públicos ou privados. Naturalmente, para que o individuo possa ter verdadeira liberdade de escolha entre serviços de diferentes prestadores é necessário que o Estado cumpra a sua missão. É por isso, por exemplo, que os liberais não podem deixar de investir no Serviço Nacional de Saúde porque isso iria limitar as opções de escolha das pessoas, já hoje muito limitadas exactamente por causa de um investimento incipiente nos serviços públicos por parte do governo do Partido Socialista.
No meu discurso à Convenção chamei a atenção para o perigo que é ter um discurso demasiado virado para a vertente económica, deixando de lado questões sociais e dei dois exemplos: as alterações climáticas e a nova disciplina de História.
É inegável que Portugal tem já hoje um problema de água, os níveis historicamente baixos de algumas barragens provam-no. A pergunta que tem de ser feita é o que estamos a fazer para minorar este problema? Portugal parou para ver a chegada de Greta Thunberg a Lisboa no passado dia 6 de Dezembro, onde tinha à sua espera o presidente da Câmara de Lisboa e alguns deputados, todos de esquerda e que, muito provavelmente, aprovarão o próximo Orçamento de Estado, orçamento esse onde pouco ou nada constará acerca desta problemática. Em Espanha a dessalinização da água do mar é já uma realidade, milhares de pessoas já são abastecidas por este processo, em Portugal quem nos governa acredita que basta tirar fotografias com uma activista para resolver o problema.
Jaime Gama referiu-se assim à nova disciplina de História proposta pelo governo: “militante, não aceita símbolos nacionais e procura a penitência de países”. A rejeição de símbolos nacionais é a matriz da nova esquerda encarnada por Joacine Katar Moreira, por exemplo. Acredito que a IL deve ter alguma coisa a dizer sobre isto, ser liberal não pode ser incompatível com o orgulho que sentimos pela nossa bandeira, pelo nosso hino e pelos nossos heróis, até porque um país sem História é um país sem futuro.
Acredito no futuro da IL e acredito que poderá desempenhar um papel importante para o futuro do país, apresentando-se como a alternativa económica, politica e social de que Portugal tanto precisa.