A palavra governar significa dirigir. Vou fazer uma comparação, usar como metáfora que o Governo deve dirigir a Administração Pública, isto é todos os Ministérios incluindo o Ministério da Educação, isto é, dirigir um barco.

Todos os partidos querem governar, mas pouca gente conhece a Administração Pública, muitos Políticos reconhecidos nunca trabalharam na Administração Pública, muito menos, foram seus altos dirigentes.

Assim começo a colocar as minhas questões:

Se não conhecem a Administração Pública, como vão governar algo que desconhecem?

O Estado não é uma empresa, onde os donos podem fazer o que lhes apetece.

Um dos ministérios mais difíceis de dirigir é o Ministério da Saúde e a seguir o da Educação. Se um político quiser ficar com a sua carreira arruinada, aceita ser Ministro da Educação.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O último, Tiago Brandão Rodrigues, investigador na área da Bioquímica, Ministro da Educação no  XXI e XXII Governo Constitucional de Portugal, que agora é deputado da Assembleia da República pelo Partido Socialista, nomeado presidente da Comissão de Ambiente e Energia, não tenho ouvido nenhuma intervenção sua.

Para trás deixou um sistema injusto de avaliação e uma falta de professores em todas as áreas. O experimentalismo a que sujeitou a classe docente levou a que em muitas escolas não houvesse professores necessários para as necessidades. Nas escolas onde passei os últimos cinco anos, em muitas turmas havia falta de professor de Inglês durante vários meses. Em setembro de 2017, o Provedor de Justiça, José de Faria Costa, considerou que o concurso para professores do quadro foi inadequado e injusto para os docentes, reconhecendo que a repetição prejudicaria o arranque do ano escolar.

Nuno Crato, economista e professor universitário, foi Ministro da Educação e Ciência de 2011 a 2015 no XIX Governo Constitucional de Portugal, pelo Partido Social Democrata.  Durante o seu mandato, considerou que existiam muitos professores. Introduziu uma prova de acesso para a profissão. Milhares recusaram-se a fazer a referida prova. Esses professores ficaram impedidos de exercer a sua profissão por dois anos.

Consultando a lista dos ministros da Educação, alguns nem dois anos ficam, e não deixam saudades.

A história do Ministério da Educação faz lembrar a História da Carochinha.

Quem quer casar com a Carochinha?

Qualquer político que se atreva a ser Ministro da Educação fica com a sua carreira política arruinada, mas obtém quase sempre algum cargo para consolação.

Posso colocar mais uma questão: se não conhecem o Ministério da Educação, como vão governar algo que não conhecem?

Deixo a sugestão, o próximo ministro da Educação  deveria ser um professor, com carreira na escola pública. A única forma de resolver os problemas de uma das áreas mais estratégicas para o país, a área da Educação, será escolher alguém que tenha tido experiência em lecionar e dirigir um agrupamento de escolas.