Por estes dias, muito se tem falado do racismo sistémico nos Estados Unidos da América. Já do Bigfoot tem-se falado menos. Creio ser chegada a altura de questionar se o racismo sistémico e o Bigfoot são um mito ou uma mera peta. Comecemos pelo racismo sistémico. Qual o único país ocidental que, até hoje, elegeu um chefe de estado negro? Os Estados Unidos da América, em duas ocasiões. Ponto a favor da “mera peta”. Por outro lado, em que país foi a votos para um cargo público o Bigfoot? Em nenhum. Ponto para “mito”. Agora, em que país o número de imigrantes negros aumentou 5 vezes desde 1980? Nos EUA. Ponto para “mera peta”. E quantos países viram os respectivos serviços de fronteiras carimbar o passaporte ao Bigfoot? Zero. Ponto para “mito”. Finalmente, em que país do mundo há mais bilionários negros? Nos EUA. Ponto para “mera peta”. Já o Bigfoot, terá porventura alguma vez sido visto a inscrever-se num centro de emprego? Não. Ponto para “mito”. Conclusão: podemos afirmar, com segurança, que a probabilidade de haver racismo sistémico nos EUA é bastante inferior à probabilidade do Bigfoot existir mesmo.

Todavia, constato que imensa gente deseja ver os EUA a arder. Nomeadamente, os ditos activistas defensores dos direitos dos negros. Que, para provarem a sua extrema preocupação com os direitos dos negros, optaram por destruir e roubar tudo o que é automóvel e estabelecimento comercial. Inclusive automóveis de cidadãos negros. E estabelecimentos comerciais de cidadão negros. Assim como estabelecimentos comerciais onde também fazem compras cidadãos negros. Mas em breve reinará a utopia, logo que implementada a proposta de cortar verbas à polícia, apoiada por inúmeras celebridades. Aí sim, os cidadãos negros vão prosperar, quando à destruição da sua propriedade e ao desemprego provocado pela fuga dos negócios se juntar a selvajaria dos gangues operando com todo o à-vontade nas zonas mais pobres das cidades. “Obrigado, John Legend! Obrigado, Natalie Portman! Obrigado, Jane Fonda!”, gritarão os cidadãos negros, do lado de fora dos gradeamentos que protegem as mansões dos famosos, antes de serem escorraçados dos condomínio privados por seguranças fortemente armados.

Também por cá ficou evidente que há pessoas preocupadas com os direitos dos negros. Tanto é que, numa manifestação no Porto, um indivíduo empunhou um cartaz com uma mensagem que deixava isso bem explícito: “Polícia bom é polícia morto.” Parece que o jovem já foi identificado e, ou muito me engano, ou em breve vai estar a rezar para que o seu desejo não se torne realidade. É que os interrogatórios policiais já são intimidantes quando há dois polícias, um a fazer o papel de polícia bom e outro a fazer o papel de polícia mau. Agora, se calha o polícia bom falecer, boa sorte para essa estadia na esquadra sozinho com o polícia mau.

Entretanto, o governo apresentou o Orçamento Suplementar, que eu considero desnecessário. Portugal não precisa nem Orçamentos Suplementares, nem de Planos de Estabilização Económica e Social, nem de planos de paraministros feitos num fim de semana. O nosso país precisa, isso sim, de uma pandemia quinquenal. Sim, sim. Com uma pandemia de 5 em 5 anos temos o futuro garantido. Não vem aí dinheirinho a rodos da União Europeia à conta da COVID-19? Então, agora é guardar o bicho em formol, mimá-lo bem, e daqui a 5 anos, quando acabarmos de espatifar estas verbas, toca de distribuir de novo o vírus pela população. De que forma? Por exemplo, antes de colocarem as cartas com a prestação do IMI no correio, os funcionários das Finanças levam os subscritos a um lar de terceira idade da Santa Casa e põem os velhinhos a fechar os envelopes com cuspe. Numa questão de dias temos o coronavírus por todo o lado outra vez. Daí virá nova pandemia, nova crise e, de novo, graveto da UE para esbanjar. E assim sucessivamente. Atenção, eu não quero dar ideias, mas é possível que o PS descubra uma nova vocação: de partido-provoca-bancarrotas, para partido-fomenta-pandemias.

Isto na altura em que foi anunciada a saída de Mário Centeno do governo para dar lugar a João Leão. É impressão minha, ou o governo está a copiar a seleção de futebol na final do Euro 2016? Tal como em França há quatro anos, agora também sai o Ronaldo – desta vez o das Finanças – magoado e vai para o Banco de Portugal. Igualzinho. E para o seu lugar entra, não o Quaresma, mas outro indivíduo igualmente Leão. A única diferença é que no Europeu roubámos o ouro à França, enquanto num próximo Conselho Europeu sobre a resposta à crise havemos de sacar ouro à França, à Alemanha, à Itália, à Holanda, à Suécia, à Áustria, à Dinamarca, à Finlândia e à Irlanda.

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