Enquanto a vida política portuguesa se entretém com incidentes marginais sem peso no futuro do país em vez de atacar o crescimento económico pífio já sob o risco de uma crescente bolha imobiliária e o financiamento dos sistemas de reformas e de saúde perante o envelhecimento da população, a Espanha continua a confrontar-se com a questão cada vez mais grave da «fronda catalã», por ora sem solução político-partidária à vista.
Se o regresso do PSOE ao poder há menos de ano e meio, mercê da queda do PP perante a condenação por corrupção, deu por instantes a impressão de haver solução para a questão do «separatismo catalão», na realidade o PSOE começou por deixar o Supremo Tribunal levar a termo o processo de condenação dos líderes separatistas desencadeado pelo governo anterior e pôs-se a remexer as cinzas do ditador Francisco Franco desenterrando as trágicas memórias de uma Guerra Civil finda há 80 anos!
Entregue a si próprio, o novo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, revelou-se completamente incapaz de lidar com a espinhosa «questão catalã». Após as eleições de Abril de 2019, perdeu a oportunidade de se aliar à direita a fim de atingir a maioria absoluta mas os seus potenciais aliados, Cidadãos, recusaram-se, coisa de que devem estar hoje amargamente arrependidos. A seguir, desbaratou o tempo de que dispunha em inúteis negociações com Podemos, cuja ambiguidade oportunista perante o «separatismo» só viria a tirar-lhe votos. Sánchez não se aliou com o primeiro nem com o segundo dos partidos citados, perdeu assim votos entre Abril e Novembro e fazendo perder ainda mais ao Cidadãos e ao Podemos…
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