Os problemas na saúde, na educação e na administração pública em geral revelam um traço comum: o poder de decisão é difuso e sem capacidade de responsabilizar seja quem for. Faz ainda parte do problema do sector público uma quase generalizada violação do Estado de Direito, como se percebe pela dimensão do problema dos precários.
Alguns exemplos ajudam-nos a expor melhor o que parece passar-se, ficando aqui o desafio para se estudar o tema.
Nas escolas, os professores perderam a sua autoridade. Os exemplos são muitos nas notícias a que temos assistido nos últimos anos, nomeadamente de agressões de alunos e pais a professores, que são já um sintoma. Essa perda de poder, fundamental para disciplinar, parece ter tido a sua origem dentro da escola. Quem devia exercer as funções de direcção – seja qual for a designação que se queira dar – foi deixando de o fazer. Foi visível na primeira fase desta degradação, quando alguns, muito pouco professores, é certo, começaram a faltar, usando, por exemplo, atestados médicos sem que estivessem realmente doentes. Nada lhes acontecia e eram tratados da mesma maneira que os seus colegas que eram assíduos e bons profissionais. Porque nada faziam os responsáveis pela escola? O receio de serem desautorizados ou de uma história nas televisões podem ser as explicações – um sindicalismo que premeia mais quem é sindicalizado e não a competência, a partidarização da administração pública e a hipermediatização são os três factores possíveis para esta diluição do poder na escola.
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