O Verão traz consigo os momentos de relaxamento e diversão que não são possíveis durante o restante ano devido aos compromissos de trabalho, para os adultos, ou de aulas, para os mais jovens. Assim, é natural a realização, neste período do ano, de atividades menos habituais com aligeirar de regras e alguns excessos. Isto tudo somado propícia a ocorrência de acidentes, que dependendo do seu mecanismo, podem ter como resultado múltiplos tipos de traumatismos. Nesta época os acidentes de viação, acidentes desportivos e em atividades lúdicas aumentam e os mais temidos são os traumatismos cranianos e os traumatismos da coluna cervical resultantes de mergulhos em águas rasas.
Este tipo de traumatismos são situações temidas por pais, doentes e profissionais de saúde uma vez que os seus efeitos variam desde pequenas lesões inócuas até efeitos devastadores fazendo destas situações importantes causas de morte e incapacidade.
O traumatismo craniano é, por definição, um impacto, uma pancada ou uma lesão penetrante na cabeça. Os seus efeitos variam desde o pequeno ‘galo’ inócuo até efeitos devastadores. O traumatismo craniano grave causa destruição de tecido cerebral com alteração do estado de consciência e necessita do cuidado em ambiente hospitalar enquanto que o traumatismo ligeiro pode afetar as células cerebrais apenas temporariamente. Os efeitos associados ao traumatismo craniano podem assumir uma multiplicidade de sintomas físicos e psicológicos.
Alguns dos sintomas que podem surgir com o trauma são a dor de cabeça, tonturas, sensação de confusão e amnésia para o evento traumático, náuseas ou vómitos, fadiga, alterações do sono, alterações da concentração ou irritabilidade. Alguns sinais e sintomas podem surgir aquando o evento traumático mas outros podem surgir dias ou semanas depois desse evento.
Deve procurar ajuda médica especializada se, após um traumatismo na cabeça, ocorrer algum dos sintomas previamente descritos ou uma alteração de comportamento. Felizmente, a maioria dos traumatismos não inspiram cuidados de maior e as suas consequências desaparecem num curto espaço de tempo.
Não deve nunca hesitar procurar resposta clínica nem mesmo em tempo de pandemia. Os hospitais aplicaram medidas que garantem a segurança de todos.
Os acidentes de mergulho podem causar traumatismos na coluna cervical com lesões na medula e consequências devastadoras, como a tetraplegia. De acordo com um estudo internacional, os mergulhos são a terceira causa de fraturas da coluna cervical e 60% destas leva a lesões neurológicas. Estas fraturas ocorrem por mergulhos em zonas de água rasa, principalmente em rios e lagoas, mas também nas concorridas piscinas onde ocorrem cerca de 25% destes acidentes.
Apesar de a cirurgia de coluna ser atualmente muito segura e eficaz no tratamento da doença degenerativa, no caso de um traumatismo da coluna com lesão neurológica o papel da cirurgia é mais limitado. Depois de instalada uma lesão neurológica apenas uma pequena percentagem de doentes consegue recuperação total e sempre como resultado de um tratamento intensivo e prolongado de reabilitação física e psicológica.
O mecanismo do trauma depende de vários fatores como a posição da cabeça no momento do trauma, o peso do corpo, o ângulo de entrada na água, etc. Sabe-se que a velocidade do corpo não é totalmente dissipada até à profundidade de 3 a 3,5 metros pelo que a profundidade recomenda-se como nível mínimo de segurança é de 2,3 metros.
Assim, é recomendado não saltar para água sem saber a sua profundidade antes. Deve entrar na água de modo a conhecer o espaço e a profundidade da piscina antes de mergulhar. Outro aspeto fundamental é o respeito absoluto pelas regras. As piscinas, praias e lagoas têm habitualmente sinalização que indica os locais onde se pode ou não mergulhar ou, têm nadadores salvadores que podem dar essas indicações.
Este Verão, não arrisque!